Vergílio diz que setor de seguros brasileiro não corre risco na crise

O mercado segurador brasileiro mostra preocupação com os efeitos da crise internacional no desempenho do setor. Segundo o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio, o número de pedidos de informação de seguradoras ao órgão sobre os reflexos da crise no mercado quadruplicou após a falência da AIG (Americam International Group). De acordo com Vergílio, porém, o mercado segurador brasileiro será pouco afetado pela turbulência externa devido ao conservadorismo da política econômica do País e das regras de solvência 2 (modelo baseado nas regras européias), implantadas pela Susep no final de 2007, com o objetivo de prevenir e controlar riscos das seguradoras. "Nosso modelo é mais preventivo do que punitivo", afirma Vergílio. Segundo ele, o mercado de seguros brasileiro está mais protegido contra a crise, já que não é autorizado a aplicar em ativos de risco no mercado internacional. No Brasil, a maioria dos papéis está aplicada em títulos do governo. Para Vergílio, o problema nos EUA não foi de passivo, mas de ativo. "Nos Estados Unidos, os ativos estão lastreados em securitização de riscos hipotecários, é um mercado altamente alavancado", afirma. Segundo ele, a rigidez dos limites técnicos e operacionais das normas brasileiras, sempre criticadas pelo mercado internacional, mostrou sua eficiência no momento de turbulência. "Agora, o nosso modelo é o maior exemplo de que devemos ser cautelosos. Com a crise, o mundo cobra mais regulamentação", afirma Vergílio. Para ele, se o excesso de regulamentação não é bom, a falta é ainda pior. (Clipp-Seg Online/DCI-SP)