Mercado de veículos tem calote recorde

Após recordes seguidos de produção e venda nos últimos meses, o setor automotivo bate mais uma marca. Só que, desta vez, a notícia não é boa e pode ser considerada um dos primeiros e mais dramáticos exemplos do efeito da crise econômica na vida das pessoas. Em setembro, a inadimplência nos financiamentos para a compra de veículos atingiu o maior patamar da série histórica: 3,83% dos empréstimos apresentavam atraso superior a 90 dias. Isso quer dizer que a dívida pendente dos brasileiros soma R$ 4,6 bilhões. Esse valor que os bancos têm a receber já é superior à ajuda dada recentemente pelo governo federal ao setor, de R$ 4 bilhões. Nas concessionárias e financeiras, o clima é de muita preocupação com a crise que parecia tão distante meses atrás. A sensação é que a roda do setor - que só andava para frente e em alta velocidade - desacelerou o ritmo e começa a dar sinais de que pode começar a dar ré. Números do Banco Central comprovam o clima de fim de festa. A inadimplência cresce sem parar desde janeiro e, se forem somados os atrasos mais curtos - superiores a 15 dias, a dívida pendente salta para R$ 13,4 bilhões, ou 11,23% de todos os financiamentos para compra de veículos. Além disso, os novos financiamentos estão rareando. Em setembro, os bancos concederam, na média diária, R$ 207 milhões em crédito para a compra de carros. O valor é muito menor que o recorde recente, visto em dezembro de 2007, quando os empréstimos somavam R$ 308 milhões por dia. (Clipp-Seg Online/O Estado de S. Paulo)