Denatran: frota licenciada deve superar 54 milhões de veículos este ano

O trânsito brasileiro em 2008 ficou marcado pelo melhor ano da indústria automobilística nacional e pela implantação da Lei Seca ao volante. De acordo com o setor automotivo, o Brasil produziu 3,11 milhões de veículos entre janeiro e novembro, contra 2,76 milhões no mesmo período de 2007, aumento de 13%. Pelas estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o ano deve fechar com frota licenciada superior a 54 milhões de veículos (+8%). Mesmo com o crescimento expressivo do universo circulante, o rigor e a tolerância zero aos motoristas alcoolizados provocaram mudanças no cenário da violência rodoviária. Em todo o ano, o número de mortes nas estradas caiu 3,7%. No período posterior à Lei 11.705 (junho a dezembro), essa queda foi de quase 6%. A letalidade nas estradas brasileiras também diminuiu. Em 2007, morria uma pessoa em cada 21,7 desastres; após a Lei Seca ao volante, foram necessárias 25,1 ocorrências para produzir uma vítima fatal. A queda também foi observada na relação acidentes por frota. Em 2007, a Polícia Rodoviária Federal registrou 27 ocorrências por 10 mil veículos; em 2008, o índice baixou para 26. O endurecimento da legislação e aumento da fiscalização nos 61 mil quilômetros de BRs também serviu para mostrar que parcela significativa de motoristas insiste na mistura bebida e direção. Em 180 dias, os agentes da PRF prenderam em flagrante 3.881 motoristas. Outros 2.100 foram reprovados ou se recusaram a fazer o teste do bafômetro, e agora estão sujeitos à suspensão das carteiras de habilitação. No total, 5.981 pessoas foram autuadas com base na lei 11.705/08.  A ingestão de bebidas alcoólicas gerou situações absurdas. Um motorista de caminhão, envolvido em acidente de trânsito na BR 262, em Minas Gerais, foi reprovado no teste de alcoolemia após o etilômetro registrar 1,93 g de álcool / litro de ar. Esta quantidade é 19 vezes maior que o limite tolerado pela legislação brasileira. Na BR 163, em Mato Grosso do Sul, e na BR 060, em Goiás, outros dois condutores também acabaram flagrados por equipes de fiscalização com índices superiores a 1,9 g / l. Também em Minas Gerais, BR 153, o condutor de um veículo de passeio, reprovado no teste de alcoolemia com 1,75 g / l, precisou ser encaminhado a um posto de saúde após a abordagem. “Criou-se no Brasil a falsa figura da lei que pega e lei que não pega. O que pega é a fiscalização, a repressão ao ilícito. Provamos isso nas estradas federais”, declara o Inspetor Hélio Derenne, Diretor-Geral da PRF. “A doação de 10 mil etilômetros pelo Ministério da Justiça cria melhores condições para que estados e municípios também fiscalizem, fazendo com que aquele sujeito que bebe e insiste em dirigir pense duas vezes antes fazê-lo”, conclui. O descaso de motoristas com o trânsito seguro também fica transparente com os 899.112 flagrantes de excesso de velocidade registrados até novembro, que devem ultrapassar um milhão de imagens até o final do ano. Por dia, nada menos que 2.683 casos, ou quase dois registros por minuto nas rodovias. Entre multas eletrônicas e manuais, foram quase 2,5 milhões de pessoas flagradas descumprindo as regras de trânsito e de civilidade. Nos principais corredores viários brasileiros, várias demonstrações de desrespeito aos limites de velocidade. Em São Paulo, um veículo foi fotografado pela lente do radar a 163 km/h na rodovia Presidente Dutra. E como registro curioso, apesar de lamentável, um automóvel Chevette, fora de linha e com 29 anos de fabricação, foi flagrado a 155 km/h, também na Dutra, só que no Rio de Janeiro. (Fenaseg OnLine)