Entrevista: Maria Elena Bidino, diretora do CNSeg

I Conferência Interativa de Proteção do Consumidor de Seguro, evento que a CNSeg promove no próximo dia 3 de março, no Rio de Janeiro, deve ser o passo mais efetivo para estimular o mercado a identificar as informações necessárias na hora da contratação do seguro, garantir transparência, de modo a dar certeza ao consumidor de que sua compra foi adequada para suas necessidades. É um trabalho de todos: seguradoras, entidades de previdência privada aberta e de capitalização e corretores, acredita a diretora da CNSeg, Maria Elena Bidino, na entrevista concedida ao ViverSeguro. 1 - Quais suas expectativas em torno da Conferência Interativa de Proteção do Consumidor de Seguros? A CNSeg realiza essa conferência em março para dar início às atividades voltadas para proteção do consumidor de seguro, no ano em que o Código de Defesa do Consumidor comemora 20 anos de vigência em 11 de setembro. Acredito que o resultado dos debates e das propostas surgidas na conferência servirá de matéria-prima ao plano de ação para proteção do consumidor a ser elaborado pela CNSeg. A conferência também planeja mensurar o engajamento do mercado em buscar soluções efetivas de resolução dos conflitos, que já estão identificados. 2 - Por que esta conferência atrai tanto o interesse dos principais players do mercado segurador? Porque o consumidor é a razão de ser da nossa indústria, é, naturalmente, o grande grupo econômico de qualquer indústria. Como disse John Kennedy naquele célebre discurso proferido em 15 de março de 1962, “Os consumidores, por definição, somos nós. Eles são o maior grupo econômico, afetando e afetado por quase todas as decisões econômicas públicas e privadas. No entanto, eles são o único grupo importante cujas opiniões não são ouvidas”. Esse histórico discurso é tão relevante que a data foi escolhida para comemorar O Dia Mundial do Consumidor. Portanto, o mercado segurador tem de estar voltado para ouvir seu consumidor, para atender plenamente suas expectativas, sobretudo agora que começamos a incluir as classes C e D, por meio da crescente oferta de seguros, previdência privada aberta e capitalização. 3 - Uma das inovações da conferência são as sessões interativas... Essa interatividade é para que se ouça o consumidor. Queremos ouvir a plateia e, dessa forma, reunir material de análise e de orientação para o nosso plano de ação. É um esforço real para encontrar soluções para problemas já detectados. Como diz o Dr. Ricardo Morishita, diretor do DPDC do Ministério da Justiça, trata-se de um passo do mercado para realmente procurar soluções ou melhorar a qualidade dessa solução. Afinal, quanto menor for o atrito entre consumidor e o mercado formado por seguradoras, entidades de previdência privada aberta e de capitalização, melhor será nossa imagem e maior a aceitação de nossos produtos entre os consumidores. O grande desafio do mercado continua a ser a qualidade de informação que deve ser dada ao consumidor quando da contratação do seguro. Isso porque, em seguros, não há test driver e, em consequência, temos de evitar frustração do consumidor a qualquer custo, na hora em que ocorre o sinistro, não se há mais tempo de trocar a cobertura ou as condições do seguro. Portanto, é importante estimular o mercado a identificar as informações necessárias na hora da contratação do seguro, para dar certeza ao consumidor de que sua compra foi adequada para suas necessidades. É um trabalho de todos: reguladores, seguradoras, entidades de previdência privada aberta e de capitalização e dos corretores. Fonte: Fenaseg