Entrevista: Jair Carvalheira, presidente da Comissão de Transportes da FenSeg

Qual a perspectiva das vendas para o primeiro semestre e para o ano?O seguro de transportes está diretamente atrelado ao desenvolvimento da economia e, por conseguinte, à movimentação do comércio internacional e interno, e assim temos os transportes ocorrendo nos diversos modais. Observamos pelos dados da Susep que o prêmio do mercado no primeiro trimestre registrou um crescimento na casa de 11% em relação ao ano anterior e, a julgar da estabilidade da economia nos meses de abril e maio, acredito que teremos o primeiro semestre com resultado positivo, demonstrando uma superação da crise do ano anterior, pois, normalmente, o primeiro trimestre é mais fraco, em razão das vendas menores em janeiro e, em fevereiro, por ser um mês mais curto e resultar em redução no número de viagens. Nossa expectativa é que, no segundo semestre, continue bem e como de costume aumente os negócios, garantindo o crescimento continue.Que fatores podem impulsionar ou inibir as vendas no plano macroeconômico.Como citei na questão anterior, o seguro de transportes está diretamente relacionado à economia. Portanto, o crescimento na linha automotiva, as construções, as exportações e o câmbio estável são fatores que ajudam o crescimento nos negócios de transportes. Por outro lado, se ocorrer uma instabilidade econômica, com certeza o impacto será imediato nos seguros de transportes.Em relação à sinistralidade, como anda seu comportamento?Observamos também que houve uma redução na sinistralidade do mercado no primeiro trimestre de 2010, que foi 57,9% contra 65,1% registrado em 2009. No montante de sinistro, também houve uma redução na casa de 17%. Esperamos que a sinistralidade do primeiro semestre continue na casa de 58%. Se no decorrer do ano o prêmio se mantiver 11% maior que em 2009 e a sinistralidade comportada, é possível que resultado final fique bem melhor que 2009, que fechou em 62%, e termine em torno de 57%.Vale lembrar que, dada a concorrência acirrada em 2009, verificamos que houve uma redução no prêmio 5,5%, ao passo que a sinistralidade foi de 61,95%, contra 61,17% de 2008, o que obrigou as seguradoras reverem seus preços, o que possivelmente contribuiu para o aumento de 11% registrado no primeiro trimestre.Fonte: Fenaseg