Gestão de risco ganha lugar no conselho de administração das instituições financeiras

Segundo pesquisa da Marsh, uma das maiores corretoras de seguros do mundo, o papel dos gestores de risco em instituições financeiras tem crescido significativamente desde a crise financeira. O relatório “New Risk Management Insights for Financial Institutions” detalha a visão dos chief risk officers, directors of risk e risk managers das 120 principais instituições financeiras da Europa, Oriente Médio e África. Cerca de 68% dos entrevistados afirmaram que agora têm uma posição mais elevada dentro de suas organizações.

O levantamento também mostrou que, para 34% dos entrevistados, o apetite por riscos por parte dos conselhos administrativos tem aumentado nos últimos três anos. No relatório feito pela Marsh em 2009, somente 18% dos participantes tinham essa visão.

“Há três anos, as instituições financeiras reconheceram seus problemas quando a crise bancária estourou e tomaram como principal prioridade a resolução desses problemas. Hoje, nossa pesquisa revela que os conselhos administrativos reconhecem, cada vez mais, que a gestão de risco pode proporcionar uma vantagem competitiva. Com o capital já não tão barato ou tão disponível como nos dias anteriores à crise crediária, a boa gestão dos riscos é uma ferramenta essencial para garantir novos fundos”, afirmou Carrick Lambert, líder para a prática de instituições financeiras.

O relatório demonstrou, ainda, que os gestores de risco estão hoje mais preocupados com as ameaças associadas ao risco de crédito e de liquidez de suas organizações. Mais de dois terços dos entrevistados (69%) identificaram o risco de crédito e 56% listaram o risco de liquidez como sua principal prioridade nos próximos meses. No estudo realizado em 2009, esses percentuais eram de 37% e 22%, respectivamente.

“Houve uma oscilação significativa em direção a um modelo mais centralizado de gerenciamento de risco: 30% dos entrevistados descreveram sua estrutura de gestão de risco como sendo gerenciada por uma equipe central, em comparação com apenas 17%, em 2009. Esperamos que esta tendência de centralização continue e que os chief risk officers, finalmente, tornem-se elementos permanentes e influentes na maioria dos conselhos administrativos”, disse o executivo.

Para Carrick Lambert, a crise financeira destacou fraquezas fundamentais na gestão de riscos e controles das instituições financeiras. “Enquanto a indústria se esforça para reparar sua má reputação e restaurar a confiança dos acionistas, o papel do gestor de risco não pode ser subestimado. Atuando como um sistema de monitoramento econômico e regulatório, os gestores de risco podem ‘ouvir’ o ambiente e ajudar os conselhos administrativos das instituições financeiras a identificarem os riscos emergentes, reduzirem a incerteza e, portanto, otimizarem seu desempenho”, completou.

Fonte: Seguro Em Pauta