Lucro em microsseguro ocorre a longo prazo, diz especialista

Sete anos. Esse é o prazo médio para uma seguradora começar a ter lucro com microsseguro. Esse prazo considera que o investidor vai obedecer a sigla S.U.A.V.E: simple, understood, accessible, valuation and efficient. (simples, de fácil entendimento, acessível, ter valor para todos na cadeia e uma estrutura de custos eficiente). Com base nisso, Michael Machord, do Microinsurance Centre, abordou todos os temas prioritários para que as seguradoras que começam a criar produtos para atuar nesse segmento recém regulamentado, no Brasil, tenham operações de sucesso. ““São elementos essenciais para o sucesso do microsseguro no País.”, afirmou Machord. Simplicidade foi a palavra mais repetida em sua palestra, proferida no primeiro painel do VI Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, realizado pela Federação Nacional das Empresas de Previdência e Vida (FenaPrevi), no Hotel Unique, em São Paulo, a partir desta terça-feira. “A simplicidade beneficia todos na cadeia. A seguradora gasta menos para produzir o produto, o corretor gasta menos tempo para explicar, o cliente entende de maneira fácil e, por entenderem, a venda tem maior chance de sucesso”, resumiu o palestrante aos mais de 400 executivos que lotaram o auditório. A política de exclusões foi um dos itens destacados por Machord. No microsseguro, não é possível apenas transformar o clausulado dos seguros tradicionais para o formato de microsseguro. É preciso fazer pesquisa para descobrir quem é o público alvo, o que ele necessita, e o que ele pode pagar. Um dos produtos citados pelo executivo para ilustrar a sua recomendação foi um seguro saúde. “Vi um produto na Jordânia em que a seguradora teve de gastar uma quantia considerável para explicar em detalhes que a cirurgia de troca de sexo não tinha cobertura. Se tivesse feito pesquisa, teria detectado que as pessoas de classes menos favorecidas não pensam em troca de sexo e teria feito um produto sob medida, com cobertura para acidentes do dia a dia”, comentou. Depois de bater diversas vezes na tecla da simplicidade, Machord insistiu na educação financeira e na eficiência, dois pontos básicos para se ganhar dinheiro com a venda de microsseguros. “Não temos sido muito eficiênte com seguros tradicionais. Temos de assumir isso para mudar. Todas as partes tem de ter lucro, tanto a seguradora, como o corretor, como o segurado”, disse. Quais os custos envolvidos? É preciso entender a estrutura de custos, ressalta o especialista em venda de apólices para as classes menos favorecidas da sociedade. Osvaldo Nascimento, diretor do Itaú Unibanco e vice-presidente da Fenaprevi, mediador do painel, afirmou que a sigla SUAVE faz todo o sentido para a nossa indústria. “Realmente se seguirmos essa sigla construiremos um mercado robusto de microsseguros no Brasil”. Segundo ele, o maior desafio que o mercado de seguros brasileiro enfrenta é a educação financeira. “Precisamos realmente nos dedicar a fazer o cidadão que está ascendendo entenda os produtos financeiros. Essa é uma questão estratégica”.

Fonte: Viver Seguro OnLine