Protagonismo brasileiro no PSI

 Lançada durante a realização da Rio+ 20, em junho de 2012, a iniciativa Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI em inglês) da United Nations Environment Programme Finance Initiative (UNEP FI em inglês) está em plena atividade. Quem nos conta, em entrevista exclusiva à coluna “Sustentabilidade – teoria e prática”, do site de sustentabilidade da CNseg, é Adriana Boscov, superintendente de Sustentabilidade Empresarial da SulAmérica Seguros, Previdência e Investimentos; presidente do Conselho PSI e presidente da Comissão de Sustentabilidade da CNseg

O Conselho foi eleito em dezembro último, com 11 membros, representando todos os continentes: África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, França, Inglaterra, Japão, Luxemburgo e Suíça. Adriana é a representante do Brasil e da América Latina neste seleto e representativo grupo. Anteriormente, pela tradição de outras iniciativas deste tipo coordenadas pelas Nações Unidas, o foco costumava ser mais na Europa, mas agora, ficou bem claro a participação de nações de diferentes blocos, como não só o Brasil, mas também a Austrália e a África do Sul.

A primeira tarefa foi a definição do modelo de gestão, explica Adriana. Ficou estabelecido que serão dois presidentes, ou co-chairs, como se diz em inglês: um presidente integrante da Swiss Re (Suíça) e outro da Insurance Australia Group, trazendo para o diálogo não só a visão das seguradoras, como também das resseguradoras. Adriana representa não só o Brasil, mas também da América Latina.

Interessante notar que o Brasil marcou presença, com o maior número de integrantes já signatários do PSI.

Confira aqui a lista completa dos signatários do PSi.

Foi criada a Rede Brasileira PSI, atualmente formada por seis seguradoras (Bradesco Seguros, Itaú Seguros, Mongeral-Aegon, Porto Seguro, Seguradora Líder e SulAmérica), uma resseguradora (Terra Brasilis) e a Confederação Nacional das Empresas de Seguro (CNseg) como signatária observadora. Adriana conta que a rede já se reuniu duas vezes e vem discutindo a melhor forma de relatar os avanços do PSI em suas companhias para a publicação que deve acontecer um ano após a formalização da inclusão da empresa e quais iniciativas locais o setor pode desenvolver para atender os princípios.

“O trabalho da CNseg e da Comissão de Sustentabilidade é muito importante para compartilhar e difundir todas as ações. Estamos falando de temas muito relevantes para os negócios como a gestão de riscos nas coberturas. Algumas empresas já se deram conta disso, outras estão começando. Faz parte de um processo”, destaca a presidente do Conselho PSI. Documentos e papers relevantes serão traduzidos para o português e compartilhados por esta Rede criada.

A nova fase é preparar qual será a visão brasileira a ser apresentada para os outros países, um trabalho principalmente para gestores tocaram. “Esta é uma missão muito mais estratégica do que de processo”, conta Adriana.

A executiva observa que os Ramos Elementares são os mais afetados imediatamente pelas grandes mudanças climáticas e outras catástrofes e, por isso, a Fenseg tem participado ativamente. Mas sustentabilidade, lembra Adriana, também tem impacto direto na área de saúde e em outros ramos. “Não estamos falando de sustentabilidade do planeta, mas do emprego de todos nós, do negócio de seguros e resseguros”, frisa Adriana. O processo em curso, acredita, terá tudo para se tornar tão virtuoso e forte como aconteceu nos anos 80 e 90 com a busca pela qualidade. “Já ficou bem claro para todos que alguém pagará esta conta. E será preciso trabalhar muito para evitar prejuízo além do necessário.”

O PSI tem como “espelho” o belo legado do PRI, iniciativa semelhantes iniciada antes com os bancos. Esta experiência bem sucedida pode servir de exemplo e guia para os próximos passos na área de seguros. Pela última estatística, o Brasil é o sexto principal país em números de bancos e instituições financeiras signatários do PRI, perdendo apenas para os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, França e Holanda. Muitos avanços foram registrados desde a adesão à iniciativa. Na hora de decidir por um empréstimo, os bancos passaram a examinar, o negócio como um todo: não só os balanços financeiros da empresa, mas também seus compromissos socioambientais em projetos a serem financiados. “Os princípios são compromissos, dão o norte. E serão decisivos para os tempos que se aproximam. Será inexorável participar deste processo”, conclui a presidente do Conselho PSI.

Fonte: CNseg Sustentabilidade em Seguros