Presidente da FenSeg fala ao Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo sobre o papel da categoria na evolução do setor

O presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Paulo Marracini, foi convidado pelo Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) para o almoço mensal da entidade, realizado ontem (14/05), no Circolo Italiano. Marracini comanda a FenSeg desde fevereiro (gestão 2013-2016) e veio pela primeira vez ao CCS-SP apresentar ações para a evolução do setor, incluindo a contribuição do corretor. O mentor do CCS-SP, Alexandre Camillo, declarou apoio dos corretores ao trabalho da Federação. “Certamente podemos contribuir com os desafios que Paulo tem à frente da FenSeg”, disse.

O evento contou com a participação de aproximadamente 200 corretores de seguros, e foi prestigiado por presidentes e executivos das principais seguradoras do País

Marracini apresentou os números do setor, desafios e propostas para crescer. “Há potencial para aumentarmos os números. A massificação amplia a proteção dos seguros para uma parcela maior da população e cria um círculo virtuoso: mais segurados/ menor incerteza/ menor preço. Para crescer o mercado é preciso aprimoramento dos produtos atuais e busca de novos nichos, investimento em tecnologia para redução dos custos. Além disso, as propostas de seguro popular e microsseguro devem contribuir bastante”.

Afirmou que a FenSeg tem se dedicado a importantes desafios: combate à fraude, redução da sinistralidade e melhor relacionamento entre as partes do setor. “O relacionamento entre seguradoras, corretores e clientes pode melhorar com a simplificação dos contratos e termos técnicos, divulgação de guias de boas práticas, e utilização de meios remotos: internet, telefonia, segurança da informação. Não se pode deixar de lado a comunicação com a sociedade e o investimento na divulgação da cultura do seguro”.

Abordou em detalhes as principais ações da FenSeg. No mercado de automóvel, líder do setor, com 14,5 milhões de veiculos segurados (cerca de 1/3 da frota), a FenSeg está investindo em redução da fraude e da sinistralidade, projeto Pátio Legal (hoje Rio e BH), combate à concorrência desleal das cooperativas, recuperação de veículos roubados circulando na Bolívia e Seguro Popular para veiculos de três anos ou mais. Neste último, o trabalho é direcionado à redução dos custos e massificação com a criação de desmanches legais e reaproveitamento de peças certificadas, indo ao encontro da sustentabilidade, assim como na Argentina, Europa, Japão.

No segmento residencial ainda há muito o que fazer e crescer, já que apenas 10% das residencias brasileiras são seguradas. A FenSeg investe em simplificação das rotinas e desenvolvimento de um guia de melhores práticas.

Em seguros de riscos patrimoniais, a avaliação do risco é feita em colaboração entre seguradoras, resseguradoras, corretores de seguros, gerentes de risco, inspetores de risco e de sinistros. “É essencial para essa avaliação a observação do cumprimento das leis e normas de segurança contra incêndio. A participação da FenSeg no grupo de trabalho criado pela SENASP (Secretaria Nacional da Segurança Pública) visa instituir um Código Nacional de Segurança contra Incêndio, cujo principal objetivo é prevenir que ocorram acidentes, orientando o segurado sobre as medidas de proteção a serem adotadas”.

Em garantia e riscos de engenharia, o mercado brasileiro tem condições técnicas e financeiras de proporcionar cobertura das obras ligadas aos eventos de 2014 e 2016 e a FenSeg pleiteia um aumento no limite de cobertura para garantias.

A FenSeg também aposta que tecnologia e sistemas de informação garante redução de custos para promover o desenvolvimento do mercado de seguros, redesenhando os processos para eliminar a burocracia, as informações desnecessárias e o retrabalho. Marracini destacou digitalização dos documentos das seguradoras; integração dos bancos de dados de aceitação de riscos e de gestão dos sinistros; desenvolvimento de sistemas colaborativos integrando seguradoras, corretoras e Susep; e a certificação digital como instrumento para validar as informações transmitidas.

Segundo Paulo Marracini, o corretor de seguros é o representante do segurado junto ao segurador e agrega valor com seu trabalho de avaliar os riscos, definir o programa de seguros, negociar com as seguradoras, administrar as apólices,gerenciar os sinistros, gerenciar os riscos. “Segurados e seguradores têm informações assimétricas sobre os produtos e serviços negociados, o trabalho explicativo do corretor reduz o grau de incerteza do segurado e isso proporciona relacionamentos de longo prazo. O corretor é o árbitro entre preço e garantia de solvência”. Para Marracini, se o mercado entrar na briga que considera somente o preço, irá banalizar o seguro.

Marracini defende que o corretor de seguros deve investir em educação. “Essa é a prioridade número um para o desenvolvimento de qualquer sociedade”, disse, e destacou o papel da Escola Nacional de Seguros na formação de corretores de seguros e reciclagem profissional. “Em todas as turmas do Curso Superior e dos MBA especializados em Seguros vemos a participação expressiva de corretores de seguros, geralmente representam a metade ou maioria dos alunos, isso é muito bom”. A FenSeg apoia os projetos de educação financeira para levar a todos os cidadãos a cultura do seguro como proteção do patrimônio e da família. “O corretor é o elo com a sociedade e a transmissão dessa cultura”, finalizou.

Fonte: FenSeg