Nova pesquisa do IBGE aprofunda avaliação do mercado de trabalho

O IBGE divulgou nesta sexta-feira (17/01) informações inéditas sobre o mercado de trabalho brasileiro, algo que poderá ajudar as seguradoras a rever a estratégia de negócios para as diferentes regiões. Pela primeira vez na história do País, é possível acompanhar os movimentos de curto prazo da taxa de desocupação, nível da ocupação, taxa de atividade e outros indicadores representativos de todo o território nacional e ao longo de todo o ano. Essas informações são obtidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), cujos primeiros resultados estão sendo divulgados para Brasil e grandes regiões, para os trimestres de 2012 e os dois primeiros de 2013. A nova pesquisa permitirá a análise conjuntural do tema trabalho em todo território nacional, vai substituir as atuais Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange seis regiões metropolitanas, e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que é nacional e produz informações referentes ao mês de setembro de cada ano.

Os primeiros resultados da PNAD Contínua revelam que a taxa de desocupação, no Brasil, variou em 2012 de 7,9% no primeiro trimestre a 6,9% no último trimestre, e ficou em 7,4% no segundo trimestre de 2013. Quando analisadas regionalmente, as taxas variaram de 4,3% (região Sul) a 10,0% (região Nordeste).

A população desocupada no Brasil (7,3 milhões de pessoas) caiu em relação ao trimestre anterior (7,8 milhões). Em relação ao segundo trimestre de 2012, manteve-se estável. Já a população ocupada passou de 89,4 milhões no primeiro trimestre de 2013 para 90,6 milhões no segundo trimestre, acima dos 89,6 milhões do segundo trimestre de 2012.

No segundo trimestre de 2013, 76,4% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada, um avanço de 0,9 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2012 (75,5%). As taxas regionais variaram de 61,5% no Nordeste a 84,0% na região Sul, no segundo trimestre de 2013.
Os indicadores apresentados na PNAD Contínua foram desenvolvidos utilizando os novos conceitos, definições e nomenclaturas de acordo com as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), definidas na última Conferência Internacional dos Estatísticos do Trabalho (19ª CIET), realizada em Genebra em outubro de 2013.

Enquanto a taxa de desocupação ficou em 7,4% para o Brasil, no enfoque regional foram verificadas diferenças: a região Nordeste foi a que apresentou a maior taxa, 10%, e a região Sul, a menor, 4,3%.
Houve diferenças também na taxa de desocupação entre homens e mulheres, comportamento verificado nas cinco grandes regiões. No segundo trimestre de 2013, a taxa foi estimada em 6,0% para os homens e 9,3% para as mulheres. Entre os jovens de 18 a 24 anos, ficou acima da taxa média total (15,4%), este comportamento foi verificado em todas as cinco regiões. Já para o contingente de pessoas com ensino médio incompleto (12,7%) a taxa era superior à verificada para os demais grupos de nível de instrução. Para o grupo de pessoas com nível superior incompleto a taxa foi estimada em 7,8%, praticamente o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (4,0%).

Nas regiões Norte (30,6%) e Nordeste (29,3%) o percentual de trabaflhadores por conta própria era superior ao observado nas demais regiões. O mesmo foi constatado para os trabalhadores familiares auxiliares, cuja participação também foi maior no Norte (6,7%) e Nordeste (4,9%).
No Brasil, no segundo trimestre de 2013, a população ocupada era composta por 69,7% de empregados, 4,1% de empregadores, 23,0% de pessoas que trabalharam por conta própria e 3,1% de trabalhadores familiares auxiliares (aqueles que não recebem remuneração, mas que contribuem, com o seu trabalho em negócio da família, para o rendimento domiciliar). Entre os empregados, 50,7% estavam no setor privado, 6,6% eram trabalhadores domésticos e 12,4%, empregados do setor público.

No País no segundo trimestre de 2013, 76,4% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada, um avanço de 0,9 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2012 e de 0,3 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 30,8% tinham carteira de trabalho assinada. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado foi verificada queda 0,7 ponto percentual.
A comparação regional referente ao percentual de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada mostrou cenários distintos. As regiões Norte (65,3%) e Nordeste (61,5%) apresentaram diferenças em relação às demais regiões. A comparação do segundo trimestre de 2012 com o mesmo trimestre de 2013 apontou avanço desta estimativa em todas as regiões.

O nível da ocupação (percentual de pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas) no Brasil, no segundo trimestre de 2013, foi estimado em 56,9%. Esta estimativa não apresentou variação estatisticamente significativa em relação ao primeiro trimestre de 2013, quando era 56,3%. Frente ao segundo trimestre de 2012 (57,1%), também apresentou estabilidade.

No cenário regional, foram verificadas diferenças de patamares do nível da ocupação no segundo trimestre de 2013. A região Sul (61,6%) e a Centro-Oeste (61,3%) foram as que apresentaram os maiores percentuais de pessoas trabalhando entre aquelas em idade de trabalhar. A região Nordeste apresentou o menor nível da ocupação, 50,5%.

As análises apontaram diferenças no nível da ocupação entre homens e mulheres. No segundo trimestre de 2013, o nível da ocupação foi estimado em 68,7% para os homens e 46,2% para as mulheres. Este comportamento diferenciado do nível da ocupação entre homens e mulheres foi verificado nas cinco grandes regiões.

O nível da ocupação dos adultos foi estimado em 75,1% para aqueles com 25 a 39 anos de idade e 69% para o grupo de 40 a 59 anos de idade. Para os jovens de 18 a 24 anos de idade esta estimativa era 58,2%. Para o grupo de 14 a 17 anos de idade esta estimativa foi 17,5%, enquanto que para os idosos, 60 anos ou mais de idade, 22,3%.

Em geral, as análises mostraram que os grupos das pessoas com níveis de instrução mais altos apresentaram níveis de ocupação mais elevados. Destaca-se, ainda, que, no segundo trimestre de 2013, aproximadamente um terço daquelas sem nenhuma instrução estavam trabalhando. No grupo das pessoas com nível superior completo, o nível da ocupação chegou a 79,6%.
Das 159,1 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, 61,3 milhões (38,5%) estavam fora da força de trabalho, ou seja, não estavam desocupadas nem ocupadas. O maior percentual foi verificado na região Nordeste (43,9%), e o menor, no Centro-Oeste (34,8%).

A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres, que representavam 66,7% no segundo trimestre de 2013. Quanto à idade, aproximadamente um terço da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Aqueles com menos de 25 anos representavam 29,2% desta população. Os adultos com idade de 25 a 59 anos representavam 37,4% das pessoas fora da força de trabalho. 

Fonte: CNseg