Leis de trânsito não são para penalizar, mas para preservar vidas, defende Observatório

Por que é tão fácil respeitar uma placa de não fumar, de não entrar em determinado espaço com animal, mas é tão difícil cumprir a regra quando a sinalização remete ao trânsito? Não há dúvidas que a Lei que proíbe o cigarro em lugares fechados e bares (2011, aprovada; e 2014, regulamentada) – muito mais recente que o Código de Trânsito Brasileiro (1997) - tem muito mais aceitação que a lei que pede o respeito a vagas de idosos e pessoas com deficiência, por exemplo. E olha que desrespeitar a legislação de trânsito pode levar à morte, de forma imediata. Ainda a assim, essa não é uma questão de resposta fácil, afinal, a proibição deveria valer para qualquer situação; mas sabemos que no trânsito, protegidos pelo carro ou atrás de um capacete, os condutores aproveitam da condição do anonimato para burlar a Lei. Apostam também na ineficiência ou ausência da fiscalização e abusam, pois nem tudo de errado que fizerem será registrado.

E as distorções passam a ser tão comuns e cotidianas, que a inversão de valores impera. Quando um motorista desrespeita os limites de velocidade, numa via com sinalização de regulamentação da velocidade, a busca por atenuantes como “não vi onde estava o radar ou o radar estava escondido” já virou discurso pronto, quase um bordão.

Motoristas, invariavelmente, adoram a ampliação da velocidade, mas basta uma proposta de redução para dizerem que o trânsito vai ficar parado, mesmo tendo ciência que em velocidade reduzida as chances de sobrevivência são sempre ampliadas.

A imprensa costuma reproduzir, com grande frequência,  esse discurso.

Infelizmente, argumentam, especialistas em Segurança Viária, a questão para toda a sociedade não está no fato de preservar vidas, mas de se evitar multas para não doer no bolso. “A grande maioria dos motoristas vê a legislação de trânsito apenas como um conjunto de penalizações e não um código em defesa da vida, voltado para a prevenção de acidentes e preservação de vidas”, afirma o diretor-presidente do ONSV (OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária), José Aurélio Ramalho.

“Respeitar a legislação de trânsito é respeitar o próximo  e a vida de todos. A busca pela ética em todas as atitudes humanas deve prevalecer também no trânsito; e a gentileza deve ser um dever”, defende.

Para tratar esse tema, o OBSERVATÓRIO produziu o vídeo “Acredite nas leis de trânsito”. Assista, agora, e veja como o seu comportamento é definidor na construção de um trânsito mais seguro e mais harmônico. Veja!

Programa Observar: Acredite nas Leis de Trânsito

Fonte: Observatório Nacional de Segurança Viária