Uma chave antiembriaguez

Uma chave de segurança que busca impedir um motorista embriagado de ligar o carro deve chegar em breve ao mercado brasileiro. Criada por uma agência de publicidade, a Safe Key será comercializada em carros da montadora Fiat, com expectativa de início em 2016. A chave, que conta com um bafômetro embutido, somente funciona se o dono passar no teste.

Inserido dentro da chave, um dispositivo mede o teor alcoólico no sangue do motorista a partir de um sopro. Caso tenha bebido, o dono do carro terá de buscar uma alternativa para voltar para casa. Ele poderá ainda optar por chamar automaticamente um táxi por meio de aplicativo — e a montadora pretende pagar parte do valor da corrida. Entre os potenciais clientes da novidade estão os pais que presenteiam os filhos com o primeiro automóvel.

A agência publicitária Isobar Brasil admite que, naturalmente, existem formas de o cliente burlar a chave de segurança: basta, por exemplo, que o motorista peça a um amigo que não tenha bebido para fazer o teste do bafômetro e assim, abrir instantaneamente a chave. Para tentar evitar que o dono do mecanismo “traia” a proposta da Safe Key, o cliente, ao adquirir a chave, deverá cadastrar um amigo ou parente que o "socorrerá" quando a Safe Key travar.

— É mais uma ferramenta. É o tipo de assunto que precisa ser reforçado para que a conscientização vire o senso comum, como aconteceu com o uso do cinto de segurança — explica o vice-presidente da Isobar Américas, Fred Saldanha.

Estados Unidos testam dispositivo semelhante

Embora possa ser burlada a Safe Key é vista como um passo adiante na conscientização sobre os perigos da combinação da ingestão do álcool, mesmo em pequenas quantidades, e a direção. A forma de comercialização da Safe Key ainda não foi definida, conforme o diretor de comunicação da Fiat para a América Latina, João Ciaco. Também não está decidido que modelos de carro contarão com a chave. Mas é certo que ela chagará ao mercado. O produto poderá ser oferecido como um benefício extra na hora da venda do automóvel, como um opcional disponível no setor  de pós-venda ou até incluído em campanhas promocionais.

Essa não é a primeira iniciativa automotiva voltada para impedir que motoristas dirijam alcoolizados, mas é uma das poucas que deixam protótipos e deve acabar chegando ao produto final. Nos EUA, a Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) apresentou uma tecnologia capaz de barrar o arranque do veículo por um condutor embriagado – a partir de um alcoolímetro instalado no volante –, mas a novidade ainda está em fase experimental.

A indústria e a segurança

Sem cinto, sem motor ligado

A tecnologia para impedir que um carro ligue caso o motorista não tenha afivelado o cinto já existe. Há veículos que emitem avisos sonoros e visuais quando alguém dentro do carro não está com cinto, e as montadoras também sabem como unir esses dispositivos à transmissão do carro para prevenir que o veículo, mesmo ligado, se mova. O que falta é os carros saírem de fábrica com isso.

Administração Nacional de Segurança Rodoviária nos EUA passou a orientar, em 2013, que as fabricantes trabalhassem para que essa tecnologia chegasse aos veículos. Dezessete delas – incluindo o Ford, GM e Volkswagen – se comprometeram. Contudo, a obrigatoriedade do cinto para o carro ligar ainda não foi aplicada.

Velocidade além dos limites

Se o limite máximo de velocidade nas rodovias brasileira é de 110 km/h (e, ao redor do mundo, vai ser dificilmente além disso), por que os carros saem de fábrica podendo atingir números tão mais altos?

A resposta está na potência exigida do motor: é preciso que tenha forte rotação para funcionar em situação extremas, como subidas muito íngremes. A velocidade máxima demostra o potencial do motor, mas não é – ou não deve ser –  de uso comum dos  motoristas.

Um carro não esportivo andando a 200 km/h é um perigo também pela pressão que transmite ao motor, aos freios e aos pneus. E, no final das contas a responsabilidade maior não é do carro, mas do motorista: ele é quem precisa respeitar as leis de trânsito.

Carro Inteligente previnem acidentes

Os automóveis têm evoluído em questão de segurança: ganharam airbags, câmeras de ré e freios ABS. Mas esses são todos sistemas de segurança considerados passivos, que não atuam diretamente na prevenção de acidentes. A perspectiva para os próximos anos é a popularização da “segurança ativa”, com veículos capazes de avaliar o tráfego e a movimentação de pessoas e a animais, podendo inclusive acionar os freios ao detectar uma aproximação, ou ligar um sinal de luz para alertar os pedestres.

Exemplares de luxo de montadoras como Mercedes e Volvo contam com sistemas integrados para alertar o motorista sobre perigos na estrada, podendo até controlar a velocidade do veículo, caso não percebam uma reação do condutor.

Fonte: Jornal de Santa Catarina