Cenário atual do Brasil fortalece o compliance nas empresas

O compliance é um caminho que, no início, não é fácil, mas é necessário para garantir a perenidade da empresa, setencia o consultor Wagner Giovanini, da Compliance Total, em sua palestra "Compliance – A Excelência na Prática", no Seminário de Controles Internos & Compliance, realizado em São Paulo. Segundo ele, há um avanço significativo em relação à ética e à integridade no país. Se comparados com os últimos 20 anos, a diferença é grande”, comenta. “Temos a Lava-Jato, a Lei Anticorrupção, movimentos sociais que exigem transparência e jovens interessados na questão da ética. A consciência mudou e isso empurra as empresas a amadurecerem de forma muito mais rápido”.

Em sua palestra, Giovanini abordou alguns tópicos: como criar um programa de compliance; onde alocar a área de compliance dentro da empresa; como interagir com os outros departamentos da empresa, citando as melhores práticas para implementação de canais de denúncia entre outros programas necessários para ter um compliance de ponta dentro da organização e que também envolva terceiros. Segundo ele, não existe controle blindado o suficiente. “As pessoas têm de ser convencidas a fazer a coisa certa, mesmo sem ter leis que a obriguem a isso”, afirma. “Sem isso, o mal-intencionado vai burlar a regra no dia seguinte”. E deve ser uma atitude constante, pois há uma grande rotatividade de funcionários em uma empresa.

Ele divide as pessoas em basicamente três grupos. Uma parte pequena que faz a coisa certa sempre, que “mesmo passando fome, vai devolver uma mala de dinheiro encontrada”. Outra parcela pequena daqueles que acordam pela manhã e pensam no que vão fazer para ter alguma vantagem burlando regras. E o grosso das pessoas, cerca de 80%, migram entre um e outro tipo. Se houver uma brecha para ter vantagem, aceitam. Se não, fazem a coisa certa.

“É esse último grupo de pessoas que o compliance tem de convencer a fazer a coisa certa. Aquele que nasce pensando em burlar regras deve ser identificado e demitido”, afirma. "Isso porque a empresa pode ter um compliance perfeito, mas uma única pessoa é capaz de acabar com tudo por agir com má fé “. Ele afirma que as empresas no Brasil estão começando a perceber que é melhor seguir o caminho da ética e das regras de compliance. Citou que recentemente conversou com um executivo preso na Lava Jato. Ele afirmou que não tem dinheiro que pague o sofrimento que vem enfrentando. “Quando a pessoa reflete, opta por não fazer coisas erradas.

Ele classifica as empresas brasileiras com um nível básico de compliance. “Mas estamos avançando e o cenário atual colabora para acelerar esse processo de dizer não à corrupção, mesmo que se perca clientes ou mercado. “Sempre haverá outro mercado que poderá conquistar. Vejam o caso da Natura. Investiu em compliance e hoje é reconhecida mundialmente por ser uma empresas que ganha dinheiro sendo sustentável”, citou. Mas é preciso ter coragem e também engajamento do mais alto escalão da empresa para implementar uma política de compliance que mitigue os riscos de um grupo tirar a empresa do trilho.

Fonte: CNseg

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