Indústria se conecta para seguir o novo sonho do carro próprio
O sonho do carro próprio já não é mais o mesmo. O desejo de consumir tecnologia, em alta especialmente entre os jovens, vem mudando as prioridades do brasileiro na hora de comprar um carro.
Se antes o que importava era a potência do motor, hoje há quem acredite que o essencial, mesmo, é poder enviar mensagens de texto usando um comando de voz enquanto dirige.
Pesquisa da consultoria francesa Capgemini, feita em sete países –Brasil, China, Índia, França, Alemanha, Reino Unido e EUA–, mostra que 47% das pessoas ouvidas usariam ou gostariam de utilizar recursos de conectividade em seus veículos.
Mais do que isso, a paixão por tecnologia ameaça o monopólio das montadoras na comercialização de carros.
Segundo o levantamento, 63% dos brasileiros mostraram disposição em trocar veículos de marcas tradicionais por unidades produzidas por grandes empresas de tecnologia, como Apple e Google, que começam a desenvolver produtos próprios no setor.
As mudanças de comportamento fazem com a que a indústria pense em soluções para manter seus produtos atraentes no futuro.
"As montadoras estão muito mais preocupadas com novas tecnologias. Temos visto vários lançamentos com tecnologia embarcada, com o objetivo de trazer a conexão do smartphone para dentro do automóvel", afirma Marcelo Cioffi, da PwC.
De acordo com ele, os investimentos em tecnologia são feitos em três áreas: entretenimento e conectividade, segurança e mobilidade (carros conectados entre si ou que se dirigem sozinhos).
"Alguns, como entretenimento e segurança, são mais imediatos e vendem mais rápido", afirma.
No Brasil, já é possível encontrar modelos no mercado com parte dessas novidades.
A Volkswagen, por exemplo, lançou neste ano o App-Connect, um sistema que conecta smartphone e central multimídia, de forma a permitir que o motorista utilize ferramentas e aplicativos do celular no veículo.
Fiat e Ford também já têm soluções voltadas para a conectividade de seus veículos.
Na Volks, a tecnologia está disponível nos quatro modelos da linha Fox e no modelo Golf Variant, e permite buscar por rotas no GPS, fazer ligações e enviar mensagens de texto por comando de voz e compartilhar uma rede wi-fi dentro do veículo.
Para isso, no entanto, é preciso desembolsar ao menos R$ 2.180 adicionais.
SEGURANÇA
Marcus Vinicius de Sousa, especialista em "infotainment" da montadora, afirma que o próximo passo é criar veículos que estejam conectados à internet durante todo o tempo –o que já ocorre em carros de maior valor.
Com a conexão, é possível, entre outras coisas, auxiliar na manutenção dos veículos.
É o caso do Volvo XC90, que possui tecnologia embarcada criada pela Ericsson. O software permite fazer um diagnóstico em tempo real do motor. Se ele estiver esquentando, por exemplo, o motorista receberá um SMS da central de atendimento.
"Existe uma demanda do consumidor para estar conectado o tempo todo", afirma Alberto Rodrigues, executivo da Ericsson.
O aumento das ferramentas de conexão, no entanto, gera preocupações sobre a segurança dos motoristas, já que os smartphones são considerados a distração número um no trânsito.
Rene Martinez, sócio da consultoria EY e especialista no setor automotivo, alerta ainda para um outro problema: as informações dos usuários que estarão, agora, disponíveis também em seus carros –os dados podem ser alvos de hackers e estão expostos em caso de furto do veículo.
Fonte: Revista Cobertura Mercado de Seguros | Folha de São Paulo
Últimas notícias: Vigência das novas regras do seguro viagem estão adiadas por 180 dias
Diretor Sem Fronteiras em Criciúma traz temas importantes do mercado de Seguros
Matéria da revista Bem Seguro traz principais ações do SindsegSC