Como enfrentar a inflação de cada um

Inflação voltou a ser uma ameaça real. Quem tem menos de trinta anos nunca viveu o pavor de períodos hiperinflacionários. Quem tem mais de quarenta, sente-se como cachorro que já foi mordido por cobra e foge até de linguiça.

Ainda que meia dúzia possa tirar proveito, a população em geral, e o país como um todo, perdem quando existe subida generalizada de preços – inflação. Se fôssemos olhar pelos fundamentos macroeconômicos, há muitos fatores que contribuem para essa situação, desde o desequilíbrio entre oferta e procura até o aumento de preços de componentes básicos de qualquer indústria, inclusive a de serviços, como energia, água, combustível, transporte, crédito, mão de obra, insumos e por aí vai. Porém, tradicionalmente a inflação no Brasil tem componentes tupiniquins, mais perigosos que todos esses: o medo, o contágio e o oportunismo. Medo de que o dinheiro perca rapidamente o poder aquisitivo. Então, sobe-se os preços indiscriminadamente, como elemento de defesa. O contágio, porque fala-se muito, observa-se bastante e constata-se que tudo sobe, e cada um sobe os seus preços também. E oportunismo, naqueles segmentos que aproveitam ondas de consumo e fumaça no mercado para elevar descaradamente os preços. Todos reclamam que os preços, em geral, sobem, mas a maioria que produz ou presta serviços entende que subir os seus preços é justo, embora também reclame quando os outros segmentos o fazem.

E quando a banana sobe de R$ 3,00 para R$ 3,60 ou a manicure de R$ 20 para R$ 25, não estamos falando de apenas sessenta centavos ou cinco reais. São assombrosas altas de 20% e 25%, da noite para o dia. Não há orçamento que resista. E o do consumidor tem que resistir. Difícil! O que podemos, e devemos, fazer? O simples, o básico. No mínimo cada um a sua parte. Primeiro, eliminar o que não deveria existir: desperdícios, especialmente na alimentação, no consumo de água e energia e no vestuário, além do pagamento de juros. Depois, rejeitando produtos e fornecedores que alimentam essa cadeia inflacionária acima do razoável. Sua fruta preferida subiu de preço, consuma outra. A padaria ou o mercado abusaram, busque outros. O material escolar está muito caro, reaproveite. O flanelinha dobrou o preço, rejeite.

Estocar ou não alimentos e produtos de limpeza? Leio dicas de especialistas atirando nas duas direções. Uns recomendam compras semanais. Outros sugerem estocar para evitar aumentos previsíveis. Quase todos se esquecem de comentar o básico: o custo financeiro de estocar dinheiro na forma de produtos. Para quem está endividado, um tiro no pé. Para quem não está, a realidade é outra. Estocar produtos adquiridos pelo preço normal é uma coisa, aproveitar oportunidades de comprar produtos realmente com preços baixos é outra. E os custos de ir ao mercado com frequência, como combustível e tempo? Se generalizar, vai errar, de um lado ou de outro. É preciso, também nessa hora, diversificar alternativas, caso a caso, grupo a grupo.

Uma coisa a maioria há de concordar: a nossa inflação particular parece sempre ser maior do que a oficial. Se é assim, a nossa prevenção e reação devem ser também maiores. Já é difícil matar um leão por dia. Imagine quando o leão se alia ao dragão da inflação.

Fonte: FenaCap

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