Aprendendo com a Natureza

Verão, outono, inverno e primavera. Ciclos que se repetem todo ano. A vida financeira das pessoas também pode ser vista assim. Claro que não com a mesma previsibilidade. Mas, cedo ou tarde, todos passam por ciclos de bonança e de tempestade, de fartura e de escassez. Não é preciso ser gênio das finanças pessoais para saber que devemos aproveitar os verões e primaveras para criar reservas para os outonos e invernos da vida. Cigarra que não aprende isso morre de frio ou de fome no inverno. No mínimo vive uma aposentadoria cheia de restrições.

Sabe por que as folhas das árvores caem no outono? É a natureza agindo com sabedoria para garantir a subsistência das plantas. O outono é um período de escassez de água e de luz, com dias mais curtos, e prenúncio de dias mais frios. Então, as árvores, deliberadamente, soltam suas folhas para que o consumo de energia se reduza. É um processo biológico de defesa. As árvores e outras plantas produzem o ácido abscísico, um hormônio que atua nas hastes das folhas, fazendo com que sequem e caiam. Com isso, a energia é canalizada para as partes vitais do organismo, até que o inverno passe e as folhas e flores renovem as árvores, os jardins e as matas, com a chegada da primavera. Abrem mão dos anéis para salvar os dedos.

Isso funciona há milhões de anos. Desde muito antes de o homem habitar o planeta. Temos que ser humildes e fazer benchmarking com a natureza. É possível e preciso aprender com as experiências, próprias ou alheias. Quem está em pleno rumo à prosperidade, ótimo! Continue no mesmo caminho, ajustando as velas, corrigindo planos. Avante! Nunca se esquecendo de manter reservas, seja em poupança ou capitalização, previdência ou consórcio, ações ou fundos, de preferência diversificadas e respeitando seu perfil, seus desejos e capacidade de manter parte desses recursos longe do consumo e dos principais riscos de mercado.

Porém, se você, amigo leitor, acha que as suas finanças pessoais não estão como gostaria que estivesse. Se as crises parecem atingir mais você do que a seus colegas, vizinhos e cunhados; se o azar bate tanto à sua porta quanto cobradores, hora de rever atitudes. Hora de agir um pouco mais como formiga e menos como cigarra.

Trocando as metáforas por dicas diretas, há algum tempo que vivemos uma situação pouco favorável na economia nacional. E, como em outros ciclos da história, está acontecendo depois de um período de crescimento e de amplas oportunidades. Quem criou reservas naquela época está passando pela crise com mais tranquilidade e tem tido oportunidades para aumentar o patrimônio e realizar sonhos e desejos. Por outro lado, quem se endividou está pagando custos financeiros no mínimo 100% mais caros do que há poucos anos.

Mas como criar reservas e evitar dívidas? Busquemos mais uma vez ensinamentos na história e no cotidiano: mantendo o foco, eliminando desperdícios, cortando despesas, consumindo com responsabilidade, fazendo uso responsável do crédito e, acima de tudo, lembrando da importância de criar reservas nas primaveras e verões para que os outonos e invernos não pareçam tão rigorosos.

Onde? Onde ensinava a vovó, nunca colocando todos os ovos na mesma cesta.

Não custa nada contar com a sorte, também. Já foi comprovado que quanto mais se trabalha e mais se estuda, inclusive os mercados financeiros, mais sorte se tem.

Fonte: FenaCap | CNseg