Seguro de auto por uso: tendência do setor

Internet das coisas (IOT) é uma tendência no mundo, que mudará todos os setores da indústria e finanças e seu modo de lidar com o cliente. E o mercado de seguros brasileiro deve ser um dos primeiros que sentirá a inserção do IOT, principalmente quando se trata de seguro de auto por uso.

Com carros, pessoas e sistemas conectados, surgirão novos negócios e produtos no mercado. “Como, por exemplo, pagar o seguro por uso, que é uma nova forma e que movimentará o mercado por aqui”, ressaltou o consulto da IDC Brasil, Pietro Delai, durante palestra sobre o panorama do mercado de cloud diante da transformação digital, em evento realizado pela Tivit Cloud, no último dia 12.

O CIO da SulAmérica, Cristiano Barbieri, disse que essa já é uma realidade em alguns setores da companhia. “A SulAmérica estuda o uso de seguros por uso para automóvel de passeio, mas já possui um produto assim para caminhões que não rodam o ano inteiro, que é o chamado Seguro Quilômetro rodado, onde somente cobramos quando ele roda”.

Para ele, é impossível ter um seguro de auto por uso, sem utilizar a ferramenta por cloud. “Quando se tem um seguro por uso, há uma base de informação gigantesca, como por exemplo, de como o cliente dirige a cada momento. Se consegue a elasticidade de cloud para processar tudo isso, você tem uma ferramenta competitiva muito grande. Sem dúvida não fará seguro de uso sem cloud”.

A companhia já tem a maior parte do seguro saúde rodando em cloud e estuda como colocar os demais ramos também na ferramenta. “Nós que temos sistemas rodando há 40 anos, ter o uso de cloud em tudo é utópico, mas queremos buscar a modernização onde faz sentido, onde precisamos de mais elasticidade e velocidade, e assim queremos fazer migração mais rápida para a cloud desses setores”, que completa: “todo o lugar onde você precisará de sensor, o conceito de IOT, a cloud faz todo o sentido, você consegue começar pequeno e tem elasticidade à medida que tem volume”.

Tendências do mercado

Delai enfatiza que o seguro de auto por uso só é possível com a cloud, para saber o grau de exposição de risco. “Tem que saber onde o carro está e para isso é preciso de IOT colocando informações na cloud, só assim consegue medir o quanto de seguro será usado, porque não é somente medir por quilômetro, mas por risco, e é preciso ter essas informações em real time”.

Para ele, hoje há dois grandes desafios no mercado de seguros para que seja possível o seguro de auto por uso. “O primeiro é ter infraestrutura montada, carros conectados, ter suporte de telecomunicação. O segundo é a questão de regulação, a questão de amparo para esse tipo de desenvolvimento. Porém, quando o público pede e as empresas estão dispostas a fazer, isso acontece, e chegou a um momento que isso tem que ser, por isso acredito que não demorará para chegar ao âmbito dos seguros”.

Para Barbieri, o mercado de seguros deve passar por um momento de sensorização muito forte. “Com pessoas conectadas, coisas conectadas, carros conectados, caminhões conectados, tudo isso trará muita informação e a cloud é a ferramenta melhor para isso”, finaliza ele.

Fonte: Revista Cobertura Mercado de Seguros