Cresce a utilização de big data e inteligência artificial por forças policiais no combate ao crime

Utilizada em diagnósticos médicos, no gerenciamento do trânsito e nos assistentes pessoais, entre outros fins, a Inteligência Artificial e o Big Data vêm sendo utilizado por forças policiais de alguns países no combate ao crime, prevendo onde e quando irão ocorrer.

A polícia de Memphis (EUA), por exemplo, que utiliza o sistema da IBM, conseguiu reduzir a incidência dos crimes graves em 30%, sendo que os episódios violentos tiveram uma redução de 15%. Já a cidade de Reading, na Pensilvânia, reduziu em 23% o índice de roubo de carros em um período de 14 meses após o início da utilização da tecnologia, mesmo com a redução do contingente policial nesse período.

“Trabalhamos em prever quando e onde é mais provável que ocorram delitos”, diz Jeff Brantingham, cofundador da startup californiana PredPol, que atende à polícia de Reading. Eles jogam com margens temporais muito estreitas — previsões para as próximas 10 ou 12 horas —, e as áreas marcadas também são muito concretas, 150 x 150 metros.

“Não dizemos que com toda certeza que aqui ocorrerá um delito. Atribuímos uma probabilidade de que ocorra um delito numa determinada localização”, esclarece Brantingham que, para isso, utiliza apenas os dados históricos sobre os delitos ocorridos.

Já o sistema da IBM combinar o conteúdo dos boletins policiais com informações meteorológicas (a criminalidade diminui quando chove ou neva) e com determinadas conjunturas, como se é dia de pagamentos (nos Estados Unidos muitas empresas ainda usam cheques).

Quando a polícia já tem suspeitos para um determinado crime, o algorítimo aponta aqueles com mais probabilidade de serem o autor, oferecendo agilidade nas investigações.

Na Espanha, a Polícia Nacional estuda a utilização de um sistema idealizada por um de seus inspetores, que também é doutorado em matemática, que considera a previsão de delitos e os recursos da polícia, de modo a otimizar a rota das patrulhas e cobrir os espaços potencialmente mais problemáticos.

Mas o uso da tecnologia no combate ao crime não ocorre somente em terras estrangeiras. A região da Grande São Paulo já vem utilizando um sistema inédito de monitoramento, identificação e checagem de veículos, em busca dos roubados ou furtados.

Câmeras instaladas nos carros patrulha leem automaticamente as placas dos veículos, conferindo, também automaticamente, junto aos bancos de dados dos órgãos de segurança pública, se existe alguma irregularidade ou ocorrência associada. Caso positivo, o policial recebe a informação pelo terminal móvel de dados da viatura. Atualmente, o sistema verifica, em média, 11 milhões de veículos por dia, englobando a cidade de São Paulo, baixada Santista, Guarulhos e 30 outros municípios paulistas, além de já realizar monitoramento de rodovias estaduais. Somente no ano de 2016 foram recuperados cerca de 1,6 mil veículos.

Fontes: CNseg | El País e Computerworld