5 respostas para explicar a segurança viária

Pessoas que dirigem após consumir bebida alcoólica; estradas em péssimo estado de  conservação; veículos sem manutenção adequada; falta de fiscalização; circunstâncias econômicas que adiam a chegada de componentes de segurança aos veículos novos; autoridades que, na abordagem de um agente de trânsito, escapam de qualquer penalidade com o tradicional “sabe com quem você está falando?”...

Esses e outros fatores fazem parte do triste retrato da (in)segurança no trânsito do país, um dos mais perigosos do mundo. Por isso, sempre vale a pena saber mais sobre a questão – já que informação de qualidade é uma das grandes armas que um país pode ter para melhorar a segurança da interação entre carros, motos, ônibus, caminhões e pedestres.

1) Como crianças de diferentes idades devem ser transportadas dentro do carro?

Recém-nascidos e bebês de até 13 kg ou 1 ano de idade devem ficar no bebê-conforto. De 1 a 4 anos, devem usar a cadeirinha específica, voltada para a frente, na vertical. De 4 a 10 anos, devem ficar em um assento de elevação preso no banco traseiro com cinto de três pontos. A partir dos 10 anos, já podem apenas usar o mesmo cinto de segurança destino aos adultos. E lembrando: crianças devem sempre ficar no banco de trás.

2) Quais as diferenças entre ciclovia, ciclofaixa e ciclorrota?

A ciclovia, que é exclusiva para o deslocamento de ciclistas e funciona todos os dias, tem uma separação física entre as bicicletas e os demais veículos. Do ponto de vista da segurança, é o
lugar ideal para o tráfego dos ciclistas. 

Já a ciclofaixa é basicamente uma faixa pintada na rua indicando que ali é uma área reservada aos ciclistas, mas que permite a passagem de automóveis. No caso das “ciclofaixas operacionais”, como as de lazer, elas são exclusivas para os ciclistas, mas de caráter temporário – geralmente funcionam durante um dia específico da semana, uma data especial ou um evento. São isoladas com cones, cavaletes, fitas, etc., removidos quando o evento termina. 

A ciclorrota, por sua vez, é um trecho (sinalizado ou não) recomendado para os deslocamentos do cliclista. Carros, motos e pedestres estão liberados, mas, quando há sinalização, ela serve para que todos fiquem atentos: vai ter bicicleta passando ali.

3) Quais os principais fatores, além da falha humana, que contribuem para as fatalidades no trânsito?

Ainda segundo a OMS, as principais causas são a regulamentação fraca a respeito da segurança no trânsito, a qualidade inadequada das vias, as condições impróprias dos veículos (falta de manutenção preventiva) e o aumento do número de carros no mundo. Quando você tem muitos veículos ruins rodando sobre vias em mau estado, e sem leis de trânsito que realmente fiscalizem e punam os infratores, o erro humano tem um potencial muito maior de dar as caras, resultando nas tragédias que conhecemos. Por causa desse coquetel de fatores de risco, os acidentes automobilísticos são a nona maior causa de mortes no mundo para a faixa etária entre 15 e 69 anos.

4) Qual a proporção entre mortes no trânsito e habitantes no Brasil?

A taxa de mortes para cada 100 mil habitantes brasileiros é de 23,4 segundo um levantamento da Organização Mundial de Saúde divulgado ano passado – o que nos coloca numa incômoda quarta
colocação no ranking das Américas de trânsitos homicidas: só perdemos para Belize, República Dominicana e Venezuela, país com 45,1 mortes nessa mesma relação. No mundo todo, 1,25 milhão de pessoas perdem a vida todos os anos por conta da violência no trânsito.

5) As principais capitais do mundo estão aumentando ou diminuindo as velocidades máximas  permitidas em suas vias?

Diminuindo. Em Nova York, a velocidade máxima nas vias locais é de 40 km/h e, nas vias  expressas, varia de 56 a 80 km/h. Até pouco tempo atrás, essas velocidades eram bem maiores. Por ano, morrem cerca de 250 pessoas, entre acidentes e atropelamentos, no trânsito da cidade  americana. Mas esse número já foi bem maior: em 1990, foram 701 mortes – e a redução de velocidade na maioria das vias foi fundamental para essa queda, segundo especialistas. Em  Londres, o governo reduziu a velocidade máxima para 32 km/h em toda a cidade. Em Paris,  diminuiu para 30 km/h nas áreas centrais – e a intenção é que, até 2020, essa velocidade máxima de 30 km/h seja a regra em toda a cidade e seus arredores. Nessa estrada rumo à segurança, São
Paulo está na contramão. 

Fonte: REVISTA CESVI BRASIL