Número de smartphones roubados no país preocupa

É possível dizer com certa tranquilidade que hoje em dia é praticamente impossível encontrar alguém que não tenha um celular – geralmente, um smartphone. A quantidade desses aparelhos é tão grande no Brasil que o país já possui mais de um smartphone ativo por habitante, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem mais celular no Brasil do que gente: são mais de 220 milhões de aparelhos ativos.

Apenas no ano passado 48 milhões de smartphones foram vendidos no país, mas esses dados chamam atenção para outra realidade: o roubo desses aparelhos, que aumentou consideravelmente e apresenta números alarmantes.

Item valioso

O preço de um smartphone varia a partir de diversos fatores (marca, capacidade de armazenamento e memória, tecnologia, etc.), e é possível encontrar no mercado aparelhos no valor de R$ 8 mil – bem mais que um salário mínimo.

Por possuírem um valor tão alto esses aparelhos são alvos fáceis de furtos e roubos: cerca de 63 celulares são roubados por hora nas principais capitais brasileiras (estima-se que esse número seja bem maior, já que são contabilizados apenas aparelhos registrados em boletins de ocorrência). O Rio de Janeiro é campeão nas ocorrências, onde 27 celulares são roubados por hora, seguido por São Paulo (26 celulares/hora) e Belo Horizonte (seis celulares/hora).

Uma pesquisa realizada pela Mobile Time revelou que metade dos brasileiros já teve o celular furtado/roubado. Do ano 2000 para cá, foi solicitado o bloqueio de mais de nove milhões de celulares em todo o país, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)- quem mantém esse registro é o Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (Cemi) no qual constam aparelhos perdidos, furtados ou roubados.

É por isso que muitas pessoas recorrem a serviços de seguro, para certificar-se de que terão um respaldo caso uma eventualidade como um furto, por exemplo, aconteça. “Ter um smartphone hoje é um investimento e tanto, se alguma coisa acontecer, o prejuízo é enorme”, comenta Henrique Mol, diretor executivo da Quisto Corretora de Seguros.

Apenas durante o mês de fevereiro do ano passado, 122.082 celulares foram bloqueados no Cemi (do total, 45.607 foram registrados no estado de São Paulo que apresenta o maior número de bloqueios). “Às vezes, a pessoa ainda nem terminou de pagar o aparelho e é furtada. Além de perder o celular fisicamente e continuar pagando a conta de algo que você nem vai usar mais, há o gasto na compra de outro aparelho. Muita gente depende totalmente do celular para trabalhar, por exemplo. Não tem como ficar sem nem por um dia”, diz Mol.

Como funciona

“O seguro para smartphones, mais conhecido como seguro de equipamentos portáteis, garante ao segurado coberturas contra danos físicos, danos causados por água, furto e roubo. Também damos cobertura aos acessórios, como fone de ouvido e carregadores”, diz Mol. “É importante ressaltar que o seguro que oferecemos no caso de subtração de bem só vale para furto qualificado”, acrescenta.

No furto simples a vítima nem nota que teve seu aparelho roubado: “Vamos supor que você está no bar com seus amigos e que deixou, mesmo que por um instante, seu celular à vista em cima da mesa. Quando você dá falta do aparelho, ele não está mais lá. Esse é o furto simples e o seguro não cobre esse tipo de situação”, explica o diretor. Em situações como essa é praticamente impossível provar que houve furto já que o aparelho simplesmente “desapareceu”. Já no furto qualificado há o emprego de violência, grave ameaça ou qualquer ação que reduza a capacidade de resistência da vítima, por exemplo: você é abordado na rua e obrigado a entregar seu celular.

“O smartphone é um bem precioso, não apenas pelo valor investido, mas no que ele representa: ali estão seus contatos, seu trabalho, dados bancários, informações pessoais, toda sua vida social está naquele aparelho, por isso o cuidado deve ser redobrado”, diz Mol.