Apólice de seguro da cervejaria Backer é ínfima

O caso da cervejaria Backer é um daqueles que ilustram a importância de um seguro bem feito, pois se for feito de qualquer jeito, melhor nem ter. Em entrevista ao Valor, a sócia e CEO da cervejaria Backer, Paula Lebbos, disse que tem apólice de seguro de lucros cessantes mas que o valor contratado é ínfimo para cobrir os prejuízos. Interditada desde 10 de janeiro por ordem do Ministério da Agricultura após casos de intoxicação e mortes de pessoas que afirmam ter consumido sua cerveja, a cervejaria Backer, de Belo Horizonte, está com o caixa zerado, renegociando dívidas e demitindo funcionários.

A empresária afirmou ao jornal que considera várias hipóteses. Uma delas, erro interno. Outra, que o fornecedor do monoetileno tenha vendido à cervejaria um produto misturado com o dietileno. Outra hipótese ainda, sabotagem. 

Segundo a reportagem, a empresa tem uma apólice de seguros de lucros cessantes, mas o valor da cobertura se mostrou pequeno para o tamanho da crise. Nosso seguro é ínfimo porque isso [contaminação de dietilenoglicol na produção de cervejas] nunca aconteceu no mundo e a gente nunca imaginou que isso poderia acontecer logo com a nossa empresa, a sócia e CEO da companhia, Paula Lebbos. 

Além da apólice de lucro cessantes, que indeniza o prejuízo pelo tempo em que está parada, já se foram dois meses, a empresa pode ser responsável por 30 casos de intoxicações e por seis mortes. 

Ontem, o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, instaurou processo administrativo contra a Backer. A secretaria diz que empresa decidiu recolher lotes que poderiam ser nocivos à saúde somente depois de ter sido notificada, e não logo após tomar conhecimento dos problemas. Se condenada, a empresa pode ter de pagar multa de R$ 10 milhões.

Fonte: Sonho Seguro | Clipping CNseg