A tecnologia a serviço dos negócios

“Talvez nenhuma indústria tenha tido um crescimento tão expressivo nos últimos anos como a de seguros”, afirmou o presidente da CNseg, Marcos Rossi, logo no início do talk show realizado durante o segundo dia do Insurance Service Meeting 2014, que também contou com a participação de representantes das quatro Federações associadas à Confederação e com a mediação do jornalista Guto Abranches, da Band.

“Na década de oitenta”, prosseguiu Rossi, “praticamente só havia destaque para o seguro de automóveis. Hoje, temos, por exemplo, Saúde e Previdência muito fortes.”

Mas se os ventos são favoráveis, o consenso é que ainda se precisa avançar em relação aos canais de distribuição. “Atualmente, ainda temos poucos canais: corretores e banca seguros, praticamente”, completou o presidente da CNseg.

“Em termos de tecnologia, já temos tudo que se precisa para atingir os consumidores”, interviu Paulo Marraccini, presidente da FenSeg e veterano da área de tecnologia, para quem, o maior problema é a interface homem/máquina. “Nosso trabalho é prover uma interface que seja compreensiva e agradável aos usuários”, concluiu.

Outro desafio proposto por Rossi é “fazer chegar o seguro à população de baixa renda”, disse, erguendo seu celular. “Em um mundo onde se pode fazer quase tudo por telefone, é razoável imaginar que esse canal será muito bem-vindo”.

Para Rossi, entretanto, uma das dificuldades encontradas pelos gestores é que os setores de TI geralmente demandam grandes orçamentos, mas envolvem questões nem sempre dominadas pelos responsáveis pela liberação de verbas, que muitas vezes ouvem opiniões contraditórias, dificultando a tomada de decisão.

Para Marco Barros, presidente da FenaCap, o processo de transformação de TI passa por uma compreensão mais holística dos processos. “As áreas das seguradoras, de modo geral, pensam que têm negócios diferentes, quando só os processos são diferentes”.

E, para Alfredo Laia Neto, do Grupo HSBC Seguros, representando a FenaPrevi, o ideal seria que as empresas de TI compartilhassem com as seguradoras os riscos das soluções propostas.

Para ilustrar a dimensão da importância da tecnologia nos diversos segmentos do seguro, o presidente da FenaSaúde, Marcio Coriolano, informou que só os sistemas de Saúde Suplementar movimentam 155 terabytes de dados, em 550 milhões de transações por dia.

“Mas não basta ter um banco de dados gigantescos”, prosseguiu Coriolano, “o desafio é saber o que fazer com essas informações”. Dados e informações que podem ajudar a reduzir os custos das operadoras, ajudar a entender a dinâmica do comportamento de grandes populações e fornecer mais poder de escolha pra os beneficiários. “Empresas precisam entender esse movimento e colocar a tecnologia a serviço dos negócios”, arremartou.

“Mais vida real, menos Power Point”, concluiu Alfredo Laia.

Fonte: CNseg