Acidentes com ciclomotores são uma preocupação para o país

O Brasil possui uma grande frota de motocicletas, mas, o que muitos não sabem, é que em vários municípios brasileiros, para pilotar um ciclomotor, não é necessário registro ou licenciamento. Este é um problema que contribui diretamente para o aumento do número de acidentes envolvendo esse tipo de veículo, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país.

Um ciclomotor é um veículo de duas ou três rodas que possui um motor de combustão interna, que não passa de 50 cilindradas e não excede a velocidade de 50 km/h. Conhecido popularmente como “cinquentinha”, é um veículo econômico e, também, barato, uma vez que o proprietário não precisa pagar as taxas de regulamentação nos municípios que não contam com lei específica para ciclomotores, o que contribui para um aumento do número deste tipo de transporte nas ruas.

A falta de controle abre espaço para que uma série de irregularidades ocorram: condutores alcoolizados ou sem CNH ou até mesmo crianças conduzindo as “cinquentinhas”. O resultado disso é um número alarmante de acidentes envolvendo este veículo. De acordo com matéria publicada no Jornal do Commercio, em 2013, pelo menos 20 crianças menores de 13 anos morreram em acidentes com as cinquentinhas no Estado de Pernambuco, segundo levantamento do Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco (Cepam). “É uma epidemia”, alerta o coordenador-executivo da entidade, o médico João Veiga. “Fizemos a contabilidade até o último dia do ano, no IML, mas podia haver pessoas internadas e esse número ser maior.”

Em alguns municípios, principalmente nas capitais, há um movimento para que os ciclomotores sejam regularizados e que, dessa forma, veículo e proprietário passem a seguir todas as exigências da legislação nacional de trânsito, estando sujeitos a todas as penalidades administrativas e financeiras. Isso obrigaria que, pelo menos, todos os condutores tivessem a CNH e fossem maiores de 18 anos.

Em Natal (RN), por exemplo, foi publicado este mês no Diário Oficial do Estado, um convênio entre o Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN) e a Prefeitura do município que obriga o registro e o emplacamento dos novos veículos ciclomotores adquiridos por proprietários residentes na capital.

A paz no trânsito é uma questão de educação e conscientização, por isso é importante que todos os agentes envolvidos no trânsito busquem soluções para diminuir o número de óbitos e acidentes com sequelas nas ruas e estradas brasileiras. É preciso envolver a população, alertar para os riscos e buscar, cada vez mais, a valorização da vida. Faça a sua parte!

Fonte: DPVAT