Após abertura, mercado brasileiro poderá ter 80 resseguradores até o fim do ano

Alguns dos players de resseguros que anunciaram a vinda para o País não estarão habilitados para operar na estréia da abertura do mercado brasileiro nesta quinta-feira. Dos 12 pedidos em exame na Superintendência de Seguros Privados (Susep), a perspectiva é de que a metade tenha a documentação aprovada até o dia 17. Contudo, apesar dos desfalques no pontapé inicial da liberalização do mercado, os operadores habilitados a tempo já serão suficientes para elevar a oferta de resseguros no País, tendo em vista o porte financeiro das empresas. E melhor: até o final do ano, o País terá 80 resseguradores dos três tipos (locais, admitidos e eventuais) aptos a captar negócios, pelos cálculos do diretor da Susep Murilo Chaim. Dos 12 com pedidos encaminhados, quatro planejam ser resseguradores locais, seis admitidos e dois eventuais. Na estréia, fora o IRB Brasil-Re, não deverá haver nenhum ressegurador local credenciado pela Susep, tendo em vista que são mais complexas as exigências que precisam ser cumpridas pelas empresas, explicou Chaim. Mas pelo menos três admitidos estarão aptos a operar no mercado brasileiro. Na última sexta-feira, representantes da Susep e o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, acompanhado dos secretários Julio Bueno, do Desenvolvimento Econômico, e Joaquim Levy, da Fazenda, participaram de uma solenidade de boas-vindas, feita no Palácio Guanabara, aos representantes da Transatlantic Re e Hannover Re, que decidiram instalar na cidade do Rio a sede das empresas. O governador Sérgio Cabral destacou que o Rio de Janeiro, "pelas suas características econômicas e por concentrar a sede do IRB, da Susep e da Fenaseg", reúne as bases fundamentais para, após a quebra do monopólio, trazer grandes resseguradoras internacionais para o estado. Ele destacou o esforço conjunto das secretariais estaduais da Fazenda, do Desenvolvimento Econômico e da subsecretaria de Assuntos Internacionais, para atrair os players do mercado mundial e afirmou que, com as novas resseguradoras, o Rio pavimenta o caminho para se tornar um centro internacional de resseguro, já que também o Lloyd vai ter sua base no Rio. O gerente geral da Transatlantic Re, Paulo Pereira Reis, afirmou que a empresa operará como ressegurador admitido no País. Para ele, a estabilidade econômica, os novos investimentos no País e a perspectiva de forte crescimento da economia criam as condições favoráveis para atrair os resseguradores internacionais. Ivan Passos, dirigente da alemã Hannover Re, informou que a empresa também será um ressegurador admitido e retorna ao País após a liberalização do mercado de resseguros para contribuir pelo aumento da oferta de planos e de produtos para o mercado brasileiro. Os dois representantes das resseguradoras estrangeiras estão convencidos de que os preços dos planos de resseguros, sobretudo para os grandes riscos, vão ter uma queda significativa com o acesso de novos players. “Até aqui, o IRB podia, na parte de sua retenção, estabelecer preços diferenciados, mas agora terá de acompanhar mais de perto as taxas oferecidas pelos resseguradores admitidos ou eventuais”, disse Pereira. “Uma das mais importantes contribuições dos resseguradores não é só elevar a capacidade de retenção do mercado doméstico. Mas também ajudar os mercados em que atuam a desenvolver novos produtos, o que, na prática, gera tanto expansão das operações de seguros quanto das de resseguros”, lembrou Ivan Passos. (Fenaseg)