Arrecadação da previdência privada avança quase 19% em 2010

A previdência privada aberta fechou 2010 com arrecadação de R$ 46 bilhões em novos depósitos, consolidando aumento de 18,79% frente a 2009, quando R$ 38,7 bilhões ingressaram no sistema. O volume da carteira de ativos registrou expansão de 21,97% em comparação ao ano anterior totalizando R$ 223 bilhões. As seguradoras administram atualmente 12 milhões de contratos ativos. Os dados são da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que reúne 64 sociedades seguradoras e 15 entidades abertas de previdência complementar no País.

Segundo o balanço do setor, o número de titulares de planos que já usufruem de aposentadoria privada chegou a 77 mil em dezembro de 2010, marca 0,34% superior a registrada no mesmo período de 2009.
No acumulado de 2010, o VGBL, produto que se popularizou por ser indicado ao investidor que não declara imposto de renda pessoa física pelo modelo completo de declaração anual de ajustes, arrecadou R$ 36,7 bilhões, alta de 21,59%.

O PGBL – voltado para quem utiliza o modelo completo da declaração anual de ajustes do imposto de renda pessoa física – e que permite deduzir o valor dos aportes efetuados, até 12% dos rendimentos obtidos para apuração da base de cálculo do imposto – cresceu, por sua vez, 16,58% no período com R$ 6 bilhões em arrecadação de aportes. Já os planos tradicionais totalizaram aportes no valor R$ 3,2 bilhões no período. Outros produtos de previdência (FAPI, PGRP e VGRP) arrecadaram R$ 15,9 milhões.

Os dados da Fenaprevi mostram que em 2010 nos planos individuais foram efetuados aportes no valor de R$ 39,1 bilhões, apresentando um crescimento de 27,26% na comparação aos R$ 30,7 bilhões somados em 2009. Os planos empresariais, por sua vez, tiveram alta de 16,42% e arrecadação de R$ 5,4 bilhões. Já os aportes para os planos para menores registraram R$ 1,4 bilhão.

A Bradesco Vida e Previdência liderou o ranking de captação em 2010, com 31,18% do total dos aportes arrecadados, seguido pela BrasilPrev (21,05%), Itaú Vida e Previdência (19,04%), Santander Seguros (10,82%), Caixa Vida & Previdência (7,31%), HSBC Vida e Prev. (4,16%), Safra Vida e Prev. (1,15%), Icatu Hartford (0,96%), Sul America Seg. e Prev. (0,83%), Porto Seguro (0,55%). As demais operadoras somam, no total, 2,95% da arrecadação de aportes.

As provisões – recursos acumulados pelos titulares dos planos de caráter previdenciário abertos – apresentaram saldo de R$ 216,2 bilhões ao final do exercício de 2010, com alta de 22,38% em comparação ao saldo registrado no ano de 2009, quando somaram R$ 176,6 bilhões.

As provisões de VGBL’s tiveram o crescimento mais expressivo. Saltaram 29,47% passando de R$ 96,5 bilhões para R$ 125 bilhões. As provisões do PGBL’s cresceram 15,82% em 2010 passando de R$ 48,4 bilhões, em 2009, para R$ 56,1 bilhões. Nos planos tradicionais as provisões passaram de R$ 31,1 bilhões para R$ 34,5 bilhões no período, com alta de 11%.

Com relação a market share, os planos VGBL’s mantiveram a liderança no volume de provisões, com 57,82% do total, seguidos pelos PGBL’s, com 25,96% , enquanto os planos tradicionais contaram com 15,99%. Outros produtos – incluindo os Fapi - completam a equação, com 0,23%.

Em relação à carteira de investimentos – diversas modalidades de ativos que garantem as obrigações corporificadas nas provisões – o segmento de planos de caráter previdenciário cresceu 21,97% em relação ao ano de 2009. Com isso, a carteira do setor totalizou R$ 223,2 bilhões.

De acordo com o balanço da Fenaprevi, a carteira relacionada aos VGBL’s obteve alta de 29,46%, passando de R$ 96,2 bilhões para R$ 124,6 bilhões do total do valor dos investimentos. Já aquela referente aos PGBL’s cresceu 15,92% no período, elevando-se de R$ 48,7 bilhões para R$ 56,4 bilhões entre 2009 e 2010. Por fim, a carteira atrelada aos planos tradicionais evoluiu de R$ 37,5 bilhões para R$ 41,6 bilhões, alta de 10,95%. Nos demais produtos, FAPI, PRGP, VRGP, a retração foi da ordem de 1,10%.

Em relação ao mês de dezembro de 2010, os planos de caráter previdenciário arrecadaram R$ 6,7 bilhões em aportes, um crescimento de 21,14% na comparação com o mesmo período de 2009.

Os VGBL’s registraram no período depósitos de R$ 5,2 bilhões com alta de 23,33% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Já os PGBL’s apresentaram alta de 21,36%. Arrecadaram aportes no valor de R$ 1,2 bilhão frente aos R$ 999,4 milhões registrados em dezembro do ano anterior. Os planos tradicionais apresentaram queda de 7,94% no período com R$ 298,9 milhões em arrecadação.

No resultado mensal o destaque mais uma vez ficou por conta dos planos individuais. Arrecadaram R$ 5,8 bilhões em dezembro de 2010, crescimento de 44,28% na comparação ao mesmo período de 2009. Os planos empresariais registraram aportes de R$ 772,3 milhões e crescimento de 16,05%.  Os planos para menores arrecadaram R$ 163,1 milhão.

Os planos de previdência privada aberta obtiveram forte expansão na década (2001-2010). A estabilidade econômica e a modernização dos produtos, com o advento dos PGBL’s e VGBL’s, trouxeram uma nova perspectiva para os brasileiros no desenvolvimento da cultura da formação de poupança doméstica de longo prazo.  Os aportes anuais aos planos do segmento aumentaram em 630%, passando de R$ 7,3 bilhões, em 2001, para os R$ 46 bilhões verificados no ano passado. A taxa média de crescimento foi, assim, de 25,51% ao ano, muito acima daquela experimentada pela economia brasileira (PIB), refletindo, claramente, o acerto das políticas adotadas para o segmento, pelo governo e pelo mercado.

As poupanças acumuladas em produtos do segmento (provisões) também registraram forte expansão e avançaram de R$ 20,96 bilhões, em 2001, para R$ 216,2 bilhões, fechados ao final do exercício de 2010.

Também é importante verificar o crescimento da participação do segmento na formação do Produto Interno Bruto brasileiro que evoluiu de 0,82% em 2001 para 1,45% em 2010, considerando as receitas anuais. “O total de estoque de previdência privada aberta que atualmente soma R$ 223,6 bilhões já equivale a 6% do PIB estimado para 2010”, analisa Marco Antonio Rossi, presidente da Fenaprevi.

Fonte: Portal Viver Seguro