Balanço Social da Fenaseg presta contas à sociedade e mostra pujança do setor na economia

SINDESESC Balanço Social da Fenaseg presta contas à sociedade e mostra pujança do setor na economia O mercado de seguros, previdência complementar aberta e de capitalização quer mostrar uma nova face, revelando não apenas o seu tamanho na economia nacional, mas também a importância do setor na geração de riquezas e, principalmente, na formação de poupança doméstica. Para se ter idéia, vigoram hoje no País cerca de 75 milhões de contratos que garantem riquezas da ordem de R$ 5 trilhões, valor equivalente a cinco vezes o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Isto é o que revela o Balanço Social 2000 - Seguros, Previdência Complementar e Capitalização, encomedado pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização - Fenaseg à G. Tagliavini Consultoria. Esta é a primeira vez que um estudo deste tipo é realizado e demonstra, não só a pujança do setor na economia nacional, mas também faz uma ampla prestação de contas à sociedade sobre os recursos administrados pelas instituições que operam no setor. "Faltavam informações quantitativas e qualitativas. E a idéia do Balanço foi justamente revelar a importância do seguro para a sociedade", explica Horácio Cata Preta, diretor executivo da Fenaseg. Mais do que isso, a publicação comprova, através de números, o elevado grau de solvência do mercado brasileiro. Fato que ganhou ainda mais relevância depois dos atentados ocorridos nos Estados Unidos em setembro. "Esse problema não atingiu o Brasil, porque o IRB não tinha contratos com coberturas relacionadas aos atentados", lembra Cata Preta. Mas, o fato é que a solvência do mercado - que em 1995 chegou a ter um déficit de 5% - tem melhorado a cada ano. Em 2000 o setor obteve um superávit de R$ 4,1 bilhões na sua margem de solvência, ou seja 10% a mais do que o exigido pelas normas do Conselho Nacional de Seguros Privados e acima do necessário para honrar todos os compromissos. "Isso é uma segurança para o segurado. Que poderá ter a certeza de que todos os sinistros que, provavelmente, acontecerão serão pagos", ressalta o diretor executivo da Fenaseg. É bom lembrar que são as reservas constituídas pelas empresas que garantem a reposição dos bens patrimoniais, a preservação da saúde, e a manutenção de rendas das famílias, em casos de morte, invalidez e aposentadoria do segurado ou beneficiário. Retorno à sociedade - Composto por 235 operadoras, incluindo 137 seguradoras, 75 entidades de previdência complementar aberta e 23 sociedades de capitalização, o setor obteve em 2000 receita líquida de R$ 30,3 bilhões. Destes, R$ 20,5 bilhões, ou seja, 65% do que foi arrecadado, retornaram à sociedade, em forma de pagamento de sinistros de seguros, benefícios de previdência complementar, e resgates e sorteios através da capitalização. Só para se ter idéia, foram pagos no ano passado R$ 13,3 bilhões em sinistros, R$ 4,1 bilhões em benefícios previdenciários e R$ 3,1 bilhões em resgates e sorteios. As empresas tiveram custos na ordem de R$ 6,2 bilhões, contabilizando o pagamento de comissões aos corretores, R$ 3,8 bi; investimentos em marketing de R$ 2 milhões; gastos com serviços de terceiros de R$ 700 milhões; e despesas gerais, de R$ 1,5 bilhão. Foram também demandados em pagamento de impostos, tributos e gastos com pessoal R$ 4,4 bilhões. Efeito multiplicador - O Balanço Social revela ainda o efeito multiplicador do setor na economia nacional. O mercado de seguros, previdência complementar aberta e de capitalização gera, entre diretos e indiretos, cerca 750 mil empregos. Em 2000, 44.092 pessoas estavam em pregadas nas 235 operadoras do setor. Isso sem contar os 70 mil corretores, 6 mil vistoriadores e reguladores, 574 mil empregados de oficinas credenciadas, 40 mil médicos e 10 mil outros profissionais que atuam na área. Outro fato que salta aos olhos é o alto grau de escolaridade do setor. Segundo o Balanço, dos 44.092 securitários, 58%, ou seja, 25.373 pessoas têm diploma universitário, de doutorado ou mestrado, ou estão matriculados em curso de nível superior. "Isso representa para o segurado serviços mais qualificados e com maior rapidez e eficiência", acredita Horácio Cata Preta, acrescentando que a qualificação profissional tem sido uma das principais bases de sustentação no processo de desenvolvimento do mercado segurador. A pesquisa sobre o perfil do securitário revela outro dado bastante interessante: a forte presença do sexo feminino nos postos de trabalho disponibilizados pelo setor. Em 2000 as mulheres já representavam quase a metade, 48%, da força de trabalho do setor. Os homens tinham uma ligeira vantagem, com ocupação de 52% das vagas. O setor de seguros pagou R$ 13,3 bilhões em sinistros em 2000 As seguradoras pagaram no ano passado em sinistros R$ 13,3 bilhões. Somente na carteira de automóveis foram pagos 927.619 sinistros correspondentes a R$ 5 bilhões em indenizações. Isto equivale a 20% da produção nacional de veículos, segundo dados de 2000 da Anfavea, levando-se em conta a produção de 1,3 milhão de veículos a um preço médio de R$ 18 mil. Baseado nesses cálculos, o diretor executivo da Fenaseg acredita que o montante de indenizações pagas apenas no ramo automóvel garantiu 9,6 mil postos de trabalhos nas montadoras, e 10,6 mil na indústria de autopeças. Outro dado que mostra a importância da atividade seguradora é o montante destinado ao pagamento de seguros que provêem algum tipo de renda às pessoas, como os seguros de vida, acidentes pessoais e o seguro obrigatório, Dpvat. Estes ramos perfizeram um total de R$ 2,4 bilhões em recursos devolvidos à sociedade em forma de manutenção de renda. Marco Antônio Gonçalves, presidente da Comissão de Previdência e Vida da Fenaseg, acredita que nos próximos cinco anos o ramo vida poderá representar 40% da produção total do setor de seguros. O executivo acredita que o seguro de vida resgatável, que acaba de ser regulamentado pela Susep e deverá começar a ser comercializado pelas empresas ainda este ano, poderá trazer ao ramo vida 20 milhões de novos participantes, nos próximos cinco anos. O quesito saúde também foi contemplado no estudo. A publicação revela que em 2000 o seguro saúde garantiu a 6,1 milhões de segurados o acesso a 27 milhões e 610 mil consultas; 35 milhões e 200 mil exames; 920 mil internações, e mais 2 milhões e 530 mil outros tipos de procedimentos médicos, perfazendo um total de 66 milhões e 260 mil procedimentos. Isto significa dizer que, cada segurado realizou em 2000, em média, 10,86 procedimentos médicos. Dpvat - O seguro obrigatório pago por 23 milhões de motoristas brasileiros garantiu o pagamento de 110.437 indenizações em 2000, incluindo mortes, invalidez e assistência médica. Da receita de prêmios arrecadada, R$ 1,181 bilhão, 45% foram repassados ao Fundo Nacional de Saúde, administrado pelo Ministério da Saúde; 5% ao Denatran; e 2,3% a outras instituições. Já as indenizações corresponderam a 36,9%, sendo pagos R$ 436,4 milhões em sinistros. Através das estatísticas do Dpvat (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores Terrestres), a Fenaseg descobriu que, ao contrário do que se imaginava, é na Bahia, e não em São Paulo que tem a maior frota circulante, o local onde ocorre o maior número relativo (número percentuais por 1.000 veículos) de mortos por acidentes de trânsito. Enquanto em São Paulo foi de 0,7 mortes por 1.000 veículos, na Bahia esse número chegou a 2,9. "Entre os motivos estão a malha viária deficiente, a falta de fiscalização, de sinalização, aliados a imprudência dos motoristas", explica Cata Preta. Segundo ele, a entidade mantém reuniões constantes com o Denatran, que recebe 5% da receita do Dpvat para patrocinar campanhas de conscientização à população, para analisar providências cabíveis para melhorar a situação. Quatro milhões de participantes de títulos de previdência privada Com a modernização do setor e a conseqüente falência da Previdência Social, o segmento de previdência complementar aberta é o que mais tem crescido no mercado nos últimos anos. No ano 2000, existiam 3.916.181 participantes em planos de previdência complementar, perfazendo um volume total de reservas acumuladas da ordem R$ 15,185 bilhões. Do total da receita de contribuições auferidas no ano, R$ 5,4 bilhões, os planos previdenciários geraram receita equivalente a R$ 4 bilhões e o PGBL ( Plano Gerador de Benefício Livre) a R$ 1,4 bilhão. O diretor executivo da Federação, Horácio Cata Preta, destaca também o retorno à sociedade em forma de pagamento de pecúlios, pensões, aposentadorias, e resgates. Nada menos do que 2.365.917 benefícios foram pagos: 206.569 em pecúlios, 43.712 pensões, 536.445 em aposentadorias, e 1.579.191 em resgates, perfazendo um total de R$ 2,36 bilhões. "Somente a quantidade de resgates efetuados em 2000, por exemplo, mostra a liquidez do sistema. O segurado pode ter a certeza que, em caso de necessidade, e cumprida a regra de carência, ele pode sacar o seu dinheiro", ressalta o diretor. Mercado pagou R$ 2,9 bilhões em resgates e sorteios O setor de capitalização deverá crescer 10% em 2001. A estimativa é da presidente da Comissão de Capitalização da Fenaseg, Rita Batista que projeta arrecadação de R$ 4,7 bilhões para este ano. No ano passado, a receita líquida auferida pelas 23 empresas que operam neste setor foi de 4,4 bilhões. Desse montante, os investidores resgataram R$ 2,7 bilhões, e o mercado devolveu à sociedade também, sob forma de sorteio, R$ 204 milhões, totalizando R$ 2,9 bilhões de títulos pagos. A estabilização da economia foi uma das bases de sustentação para o desenvolvimento deste setor, pois reforçou nos brasileiros a vontade de guardar seu capital de maneira planejada e a longo prazo. Só para se ter idéia, em 2000 a poupança acumulada com a venda de planos de pagamento único e planos de pagamento mensal foi de R$ 5,5 bilhões, garantindo 220,8 milhões de títulos. Ações Sociais O mercado de seguros, previdência complementar aberta e de capitalização também está mergulhando de corpo e alma no movimento que visa minimizar os efeitos das desigualdades sociais no País. De acordo com o Balanço Social da Fenaseg, no ano passado foram investidos R$ 68,6 milhões em projetos voltados ao interesse da população em geral. Desse montante, R$ 51,4 milhões foram destinados à área de educação, R$ 11,086 milhões a projetos culturais; R$ 4,279 milhões a ações voltadas à saúde; R$ 1,2 milhão a práticas esportivas; e 600 mil em obras sociais beneficiando mais de 120 mil pessoas.