Blumenau é 5ª cidade do Brasil em geração de empregos no 1º trimestre

Blumenau, no Vale do Itajaí, foi a quinta cidade brasileira onde houve mais geração de empregos no primeiro trimestre de 2016, segundos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O município teve a criação de 2.801 postos de trabalho entre janeiro e março.

Um dos setores com número expressivo de contratações foi o de serviços, com 982 novas vagas. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Blumenau, Marcos Ruediger, a cidade é um polo de empresas de tecnologia da informação.

"Ainda temos, muitas vezes, postos para pessoas qualificadas. Até temos dificuldades de conseguir [funcionários]. Precisamos que saibam outra língua, inglês principalmente. Se tivéssemos 400 pessoas, nós contrataríamos".

Exemplo de contratação recente na área, Thiago da Silva, de 26 anos, foi admitido neste ano para ser analista de sistemas em uma empresa na cidade. Ele trabalha há 10 anos com tecnologia e sempre fez cursos relacionados à área. Antes, estava em outra empresa. "Inicialmente, vim pela oportunidade. E é um trabalho em que tenho mais conhecimento", detalhou.

"Aqui em Blumenau, desde que atuo, cresceu bastante [a área de tecnologia]. Tem muita oportunidade, o crescimento é alto, tanto para quem começa agora ou para quem já está há algum tempo", disse. Ele é formado em análise de sistemas e tem pós-graduação.

Blumenau conta com 370 empresas de tecnologia, que empregam 6.154 pessoas, de acordo com levantamento realizado pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) em parceria com a Neoway.

Serviços em alta
Diretor de Assuntos Relacionados à Área de Prestação de Serviços da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Nélio Abreu Neto também apontou outros motivos para as contratações no setor de serviços.

"Esse aumento de pessoas que passaram a prestar serviços veio justamente depois das demissões por causa desse período que o Brasil passa, da crise", disse. "Às vezes, a pessoa que trabalhava em uma seguradora passa a prestar o mesmo serviço de forma autônoma", exemplificou.

"A gente conversou com o setor imobiliário. A procura por emprego nessa área aumentou bastante, as pessoas querem ser corretores avulsos, em forma de parceria com as imobiliárias", afirmou o diretor.

Ele explicou que aumentaram os serviços que não requerem escolaridade alta. "As pessoas acabaram perdendo o emprego e indo para outros ramos. É um jeito de se virar", resumiu.

Administração pública
A área com mais contratações, porém, foi a administração pública, com 1.196 novos postos segundo o Caged. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Blumenau, Marcos Ruediger, explicou que houve bastante ingresso de Admitidos em Caráter Temporário, os chamados ACTs.

"Quando começa o ano letivo, acabam por ampliar esse número de contratações", afirmou o secretário. Essas admissões são ligadas à educação, geralmente de professores. "Muitos são de carreira, vai faltando concurso. Os ACTs não são somente professores, são ligados à educação como um todo".

A Secretaria Municipal de Administração informou que há dois concursos abertos para contratação de coordenador pedagógico e professores de 10 disciplinas. O último processo seletivo para magistério municipal foi realizado em 2014.

Indústria de transformação
Em relação às demais áreas que mais geraram empregos, o secretário afirmou que havia expectativa de números positivos por parte da prefeitura.

"Nós já esperávamos alguma coisa. Na indústria de transformação, houve a adminissão de 1.022 pessoas". Ele explicou que uma única empresa, de fabricação de cigarros, contratou cerca de 500 pessoas.

Números do Caged
Outras áreas que tiveram saldo positivo, mas pequeno, na geração de empregos em Blumenau foram a agropecuária, com admissão de seis, e extração mineral, com três.

Houve demissões nos setores do comércio, da construção civil e serviços industriais de utilidade pública. Os números do Caged para essas áreas são, respectivamente, -334, -72 e -2.

Fonte: G1