Combinação com seguro faz capitalização acelerar vendas

O segmento de capitalização deve fechar 2012 com faturamento entre R$ 16 e R$ 17 bilhões, crescimento de aproximadamente 20% na comparação com 2011, quando o total ganho foi de R$ 14,081 bilhões. A modalidade Incentivo - vinculado a outro produto como instrumento promocional, de fidelização ou benefício - deve ser uma das responsáveis pela expansão, já que cresce a ritmo superior, em torno de 40%, segundo o diretor da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Ismar Torres.

De janeiro a maio de 2012, o faturamento chegou a R$ 6,445 bilhões, alta de 20% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando ficou em R$ 5,367 bilhões, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). No mesmo intervalo de meses, os resgates chegaram a R$ 4,348 bilhões e o total pago por meio de sorteios atingiu R$ 351,158 milhões. A média de participantes foi de 744,774 milhões de pessoas.

A FenaCap também divulga que as reservas técnicas atingiram a cifra de R$ 20,6 bilhões, crescimento de 13,1% ante o período de janeiro a maio de 2012. Ismar Torres, da FenaCap, detalha que o desempenho está positivo em 2012, apesar da previsão de baixa expansão do Produto Interno Bruto (PIB). "O setor de capitalização vai muito bem, obrigado. Será estimulado pelas novas empresas e a regulamentação da Susep do microsseguro premiável, que passa a ser oficial e a acoplar a capitalização. Vamos nos apropriar dessa vantagem. Se é estimulador para o produto [microsseguro] nós também crescemos."

As oito circulares do microsseguro - apólices de baixo valor para a baixa renda - foram aprovadas, em 19 de junho, pela Susep, e um dos documentos regularizou a inclusão de sorteios pela capitalização como forma de incentivo para a aquisição da apólice. Mas a inclusão do título como um incentivo para a venda de seguros ou ferramenta promocional já é utilizada.

Torres explica que há cinco anos a modalidade Incentivo representava apenas 6% do mercado de capitalização, mas que hoje já tem participação de 12%, podendo chegar a 15% nesse ano, já que cresce em ritmo superior ao mercado, com 40%. "É utilizado com uma vasta gama de produtos. Quem compra uma série inteira pode estimular a venda fazendo campanha ou fidelização para estimular que paguem em dia o seguro ao concorrer a prêmios. Também é usado por empresas de varejo, como prêmios."

Além do Incentivo, a Susep permite a comercialização do Tradicional, que tem 80% do mercado e é vendido direto ao titular com o objetivo de restituir o valor integral ao fim do prazo de vigência. Há ainda o Popular, com 7%, que propicia a participação em sorteios, mas não há devolução integral dos valores pagos; e o Compra Programada, que devolve o valor capitalizado em dinheiro ou por meio de um bem ou serviço.

A Cardif Capitalização, do grupo BNP Paribas Cardif do Brasil, aposta no título de capitalização como Incentivo, tanto para empresas como seguradoras, e espera elevar seu faturamento, de R$ 36 milhões em 2011, para 80% em 2012. "Ele [cliente] vai numa loja e compra o seguro de proteção financeira, por exemplo, e tem vários benefícios junto da seguradora e também o sorteio por meio da empresa de capitalização", diz Maurício Guazelli, diretor-comercial da Cardif Capitalização.

O executivo ainda acrescenta os benefícios para a empresa. "Alavanca a venda, melhora a adimplência e deixa o produto mais robusto. O cliente não vai deixar de pagar o seguro e terá a cobertura de sinistros e sorteio".

Da companhia Cardif Capitalização, 100% da capitalização é vendida como Incentivo, sendo 93% os seguros premiados e o restante atrelado a promoções comerciais. Entre os parceiros, Guazelli menciona o Magazine Luiza e Carrefour.

"No segundo semestre, vamos lançar o Popular, vendido direto para o consumidor, e a gente espera que passe a representar 30% do faturamento no médio prazo", diz o diretor. O investimento na área operacional, segundo Guazelli, foi de R$ 2 milhões.

Para este ano, a Cardif Capitalização espera uma elevada expansão, já que o início das operações ocorreu há dois anos. "2010 foi o ano da integração e em 2011 começamos a fechar parcerias, agora fazemos novas e vamos alavancando de maneira consistente, com foco no crescimento com qualidade", afirma Guazelli.

Venda casada

Ao ser questionado sobre o risco de o título de capitalização da modalidade Incentivo ser caracterizado de venda casada, o diretor da FenaCap, Ismar Torres, foi enfático ao dizer que não há probabilidade, pois não há cobrança de recursos financeiros extras do cliente. "Nesse produto de incentivo associado ao produto, o cliente não paga nada. É a seguradora ou empresa de varejo que cede o direito de sorteio ao cliente, que recebe um benefício."

Fonte: Clipp-Seg | Revista Cobertura