Crescimento consistente também em 2015

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Um crescimento consistente do mercado segurador é esperado pelas principais lideranças do setor também em 2015. No próximo ano, a alta deve alcançar 12,4%, taxa superior à projetada neste ano, de 11,2%. Mais uma vez, a expansão anual na casa de dois dígitos descola-se do baixo crescimento do PIB- que deve ficar abaixo de 1% neste ano e em 2015- porque o mercado continua a se apropriar da demanda crescente propiciada pela inflação controlada, taxa de desemprego reduzida, incorporação de novos consumidores e contratação diversificada de coberturas pelas 5,7 milhões de pequenas e médias empresas e cerca de 9 mil grandes grupos, para reter talentos, melhorar condições de vida e de trabalho ou mitigar riscos.

Por segmento, Saúde Suplementar (17,5%) e planos de previdência (10,5%) devem apresentar as maiores taxas de expansão em 2015, seguidos seguro de Vida (8,7%), Capitalização (8%) e Seguros Gerais (7,6%).

Os números do mercado segurador foram apresentados durante o Encontro com Jornalistas, tradicional evento promovido pela CNseg para fazer um balanço anual do setor e apresentar as projeções do ano seguinte. Realizado nesta terça-feira, 9, em São Paulo, o encontro contou com a participação dos presidentes da CNseg, Marco Antonio Rossi; da FenSeg, Paulo Marraccini; da FenaSaúde, Marcio Coriolano; da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento; e da FenaCap, Marco Barros. “Mesmo trabalhando com um PIB bastante conservador, sem muita expressão, o mercado vai continuar sua rota de crescimento na casa de dois dígitos”, afirmou o presidente da CNseg.

Marco Antonio Rossi apontou a taxa de inflação baixa e a recuperação da taxa de emprego dos últimos anos como dois dos fatores mais importantes para a desenvoltura do setor. “Nos últimos 15 anos, nosso setor saltou de uma participação de 1% para 6% do PIB e, mesmo assim, temos potencial para avançar bastante porque o consumo per capita de seguros (o Brasil é o 43º no ranking mundial) ainda é muito baixo”, assinalou ele.

Ao ratificar a grandeza do mercado potencial, Marco Antonio Rossi destacou que o grande desafio do setor é oferecer seus produtos por todos os canais disponíveis- além de corretores, internet, lojas varejos, celulares, redes sociais etc- para alcançar todos os brasileiros. “Só assim conseguiremos”, ponderou ele, acrescentado que hoje há 125 milhões de brasileiros sem seguro de Vida/Acidentes Pessoais; 182 milhões sem plano dental; 58 milhões de residências sem seguro; 152 milhões de pessoas sem seguro saúde; 38 milhões sem seguro de automóveis e 3 milhões de empresas sem seguro empresarial. Ao lado disso, o mercado pode ampliar o consumo entre as classes mais assistidas também, porque o consumo per capita é baixo e abre oportunidades para todos os ramos de seguros, acrescentou ele.

Ao fazer um balanço da atividade em 2014, Marco Antonio Rossi disse que todos os segmentos tiveram um comportamento bastante positivo, ampliando a taxa de penetração de seus produtos. Até outubro, último número disponível, a arrecadação do mercado segurador somou R$ 159,7 bilhões (excluído Saúde Suplementar), alta de 8,9%. Desse total, R$ 61,68 bilhões foram de contribuições à previdência; R$ 25,02 bilhões de prêmios de Vida; R$ 26,01 bilhões gerados na carteira de Automóvel; R$ 28 97 bilhões de Ramos Elementares (exclui seguro de Auto); e R$ 18,01 bilhões de Capitalização.

Marco Antonio Rossi destacou o empenho do mercado em desconcentrar sua produção, buscando áreas em que o seguro, dada a pobreza, pode ser ainda mais relevante para reduzir vulnerabilidade. Nesse sentido, citou os casos de Sergipe, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima, cuja demanda cresceu 14,3%, superando com folgas a taxa média do mercado, de 8,9% de expansão no acumulado até outubro. Por região, o Centro-Oeste é que teve maior expansão na receita até outubro- 14,94%- seguido pelo Nordeste, com 9,4%; Sudeste, 8,54%; Sul, 8,04%; Norte, 5,18%. Mas o Sudeste ainda é a região mais importante do mercado, respondendo por 64,5% do total da arrecadação. “O desafio do setor é levar seguros para as regiões mais pobres. Estamos conseguindo, mas podemos mais”, assinalou.

Em linha com Rossi, os presidentes das quatro federações associadas à CNseg fizeram projeções positivas. Osvaldo do Nascimento, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), disse que o mercado de previdência deverá ser beneficiado com a volta à normalidade dos mercados financeiros, a partir da indicação da nova equipe econômica e da reafirmação com os compromissos com a transparência e cumprimento das metas. “Previsibilidade é algo relevante para investimentos de longo prazo, como a previdência, para definir estratégicas vencedoras”, disse ele,

Já Paulo Marraccini, presidente da FenSeg, destacou a demanda crescente no nicho de pequenas e médias empresas como um importante aliado do resultado de 2014 de seguros gerais, acrescentando que a procura terá continuidade em 2015, acenando com novos ganhos das seguradoras. Na busca de expansão de dois dígitos, as operadoras de Saúde Suplementar contam com a demanda entre as pequenas e médias empresas para atingir seus resultados, admitiu Marcio Coriolano, presidente da FenaPrevi. E o presidente da FenaCap, Marco Barros, conta com o lançamento de novos produtos em 2015 para perseguir um crescimento mais expressivo.

Ainda no encontro com jornalistas, foi apresentada a prévia da nova campanha do mercado. Trata-se do Programa Nacional de Apoio ao Trânsito (PNAT), que será lançado no dia 16 de dezembro. A campanha“Se Liga” planeja conscientizar a sociedade sobre os riscos no trânsito e os cuidados para evitar engrossar as estatísticas.

Fonte: CNseg