Dados da Susep apontam que seguro de automóvel deve crescer até 2010

Apesar da crise financeira, a carteira de seguro de automóveis deve continuar a crescer, pelo menos até 2010, segundo projeção feita pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A autarquia prevê que, este ano, o seguro de veículos vai gerar uma receita da ordem de R$ 15,4 bilhões. Em 2009, essa cifra pode saltar para R$ 17,7 bilhões, o que representará um incremento de 14,7% em relação a 2008. Em 2010, o volume de prêmios apurado nessa modalidade deve chegar a R$ 19,3 bilhões, com novo aumento, desta vez de 9,04%. Ainda de acordo com a Susep, o faturamento global desse mercado passará de R$ 68,8 bilhões, este ano, para R$ 80 bilhões em 2009 e R$ 89,1 bilhões no exercício seguinte. As estimativas são confirmadas pelo consultor da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), Lauro Faria. Para ele, o fluxo de carros novos vai diminuir, mas o estoque de veículos existente não será afetado e certamente o seguro desse estoque vai continuar. Segundo Sérgio Luiz Camilo, vice-presidente comercial da Tokio Marine, o setor de automóveis será afetado diretamente, já que tem grande representação no mercado, com cerca de 40% de participação nas carteiras de muitas seguradoras brasileiras. "O mercado estava com crescimento em vendas de automóveis muito grande, de quase 30% e o setor de seguro de automóvel crescia 16% , independente da crise, esse volume iria desacelerar em algum momento, talvez a crise adiantou o processo." De acordo com Camilo, o automóvel é mais exposto ao risco, já que é utilizado diariamente. Camilo acredita que mesmo com a falta de crédito, o ramo vai crescer, comparando com 2007 , cerca de 11% em 2009. "Existem alguns anos que vão crescer mais". Para ele, além da maior dificuldade de conseguir linha de crédito, o consumidor está mais cauteloso, principalmente devido a algumas demissões que começaram a ocorrer. "O mercado também está inseguro. O segurado vai acabar comprando menos automóvel devido a crise de confiança gerada pela falta de liquidez." Segundo Camilo, o governo já liberou crédito a montadoras e essa medida deve refletir positivamente no desempenho do setor no próximo ano. Para ele, as seguradoras, nesta época de crise, acabam procurando inovar, criando novos produtos para agregar serviços ao seguro. "A Tokio Marine, por exemplo, vai lançar um novo produto de automóvel, mais simplificado para competitividade da companhia neste momento de crise." (Clipp-Seg Online/DCI)