O território da bacia do Itajaí abrange 15 mil quilômetros quadrados e é drenado por muitos rios que modelaram sua paisagem natural. A bacia do Itajaí é formada pelas sub-bacias: Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste, Itajaí do Norte, do Rio Benedito, de Luís Alves e Itajaí Mirim. O Itajaí-Açu é o rio principal e nasce da confluência dos rios Itajaí do sul e do oeste. Os rios que fazem parte da paisagem da bacia do Itajaí reúnem inúmeras características que os transformam em um complexo sistema. O rio é o curso natural da água doce que nasce, em geral, nas áreas mais altas do relevo, para depois desaguar no mar, em m lago ou em outro rio. Assim que nasce, o rio traça seu caminho.
No treco inicial, conhecido como curso superior, o leito do rio geralmente é pedregoso, estreito, com poucas curvas, pois corre em relevos inclinados. A água neste trecho apresenta forte velocidade em épocas de chuva. Em terrenos com menos inclinação, o rio, no curso médio, apresenta o seu leito mais largo, com a velocidade da água menor. Próximo à foz, no curso inferior, o rio torna-se mais largo e apresenta curvas. Padrão caracterizado por margens de deposição e de erosão.

O rio não é apenas um canal de passagem da água, mas sim um elo essencial com o ambiente terrestre. Já que toda a área de entorno, como a vegetação de suas margens, conhecidas como floresta ciliar e as plani8cies de inundação fazem parte de um sistema dinâmico.
A floresta ciliar funciona como filtro para a agua que escoa superficialmente e chega ao rio. Além disso, estabiliza as margens com o emaranhado de raízes de espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas. A floresta ciliar e as planícies de inundação formam o berçário de muitas espécies de animais, que contribuem para a manutenção da biodiversidade.

A supressão da floresta ciliar, a retificação, dragagem ou drenagem de um rio elimina uma parte integrante do sistema fluvial. É importante lembrar que para toda a ação existe uma reação. Por isso, conservar o rio, além de preservar a água, significa também preservar e zelar por muitas outras espécies da fauna e da flora, e manter a harmonia ambiental.

Sheila Mafra Ghoddosi
bióloga, mestre em Engenharia Ambiental

Jornal de Santa Catarina