Dia Mundial da Saúde: comemoração entre velas e risos amarelos

A comemoração do Dia Mundial da Saúde na próxima segunda-feira, dia 7, entre velas e risos amarelos no Estado do Rio de Janeiro, dada a epidemia da dengue, deve aumentar as rugas de preocupação, com a escolha do tema da campanha para marcar mais um aniversário da Organização Mundial da Saúde (OMS). Afinal, a campanha “Protegendo a saúde contra as mudanças climáticas” joga luzes sobre as doenças que podem decorrer do aquecimento global. E o cenário é mesmo nebuloso, admite o clínico geral da Caberj Integral Saúde, Leonardo Leibovici.Lembrando que as alterações climáticas terão impacto negativo para a saúde humana, o especialista destaca algumas das conseqüências perversas do aquecimento global, sem previsão de arrefecimento para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Entre outros males, há uma propensão de aumento da disseminação de doenças tropicais (habitualmente transmitidas por insetos, como a dengue), como avanço daquelas transmitidas por vírus e bactérias, já que estes se reproduzem mais facilmente em temperaturas mais elevadas. Neste rol, estão doenças como malária, febre amarela, leptospirose, infecção por hantavírus, salmoneloses, cólera, tuberculose, por exemplo.Segundo Leibovici, o aquecimento global ameaça reduzir a disponibilidade de água potável. Nesse quadro, a alternativa será a ingestão de água imprópria, o que é favorável à incidência de diarréias e vômitos.A combinação de aumento da temperatura ambiente e menor disponibilidade de água própria ao consumo humano aumenta o risco de desidratação, sobretudo em crianças e idosos.O aquecimento global pode ainda favorecer a expansão de doenças de pele, em especial do câncer de pele, em conseqüência da diminuição da camada de ozônio (que vem sendo destruída pelas emissões causadas pela industrialização e queimadas, por exemplo) e pelo aumento da exposição à radiação ionizante;Há ainda risco de crescimento de doenças respiratórias e alérgicas, dada a contaminação do ar pela emissão de gases tóxicos e piora da sua qualidade.Para o especialista, o ideal é aceitar e acreditar que o problema é real e tentar, ao máximo, minimizar os seus efeitos. Para isso, basta adquirir novos hábitos, que independem de decisões nas esferas governamentais, como, por exemplo, economia de energia e água, busca de equipamentos e veículos com menor emissão de gases nocivos à atmosfera e uso de filtro solar. (Fenaseg)