Diminuição das mortes na BR-470 passa por mudança de comportamento, dizem especialistas


Trecho da BR-470 em Blumenau é o segundo que mais registrou acidentes com morte
Foto: Luis C. Kriewall Filho / Especial

O inspetor Loes, chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 4ª Delegacia da PRF de Blumenau, afirma que o aumento do número de acidentes ocorre na BR-470 como um todo e que a problemática principal é a atitude dos condutores. 

Ele afirma que a infraestrutura diminui a gravidade e a letalidade de acidentes, mas que somente isso não resolve, haja vista que rodovias como a BR-101, duplicadas, também registram acidentes com mortes. Para ele, a principal questão envolve uma mudança de comportamento, que acabe com o desrespeito à legislação de trânsito e ao próximo.

Ele destaca que a fiscalização cumpre seu papel com a estrutura de efetivo e que as principais imprudências cometidas que resultam em mortes são ultrapassagens em local indevido, excesso de velocidade, embriaguez ao volante, falta de uso de itens de segurança e, mais recentemente, uso de celular ao volante.

– Se tivéssemos pessoas mais conscientes, que pensam se realmente é preciso fazer uma ultrapassagem em um local proibido ou de risco, teríamos uma diminuição gritante no número de mortes – afirma.

O especialista em Segurança no Trânsito Emerson Andrade considera assustador esse aumento de mais de 30% nos acidentes com mortes na BR-470 e acredita que essa alta esteja ligada a três fatores: demora na duplicação, impunidade e falta de conscientização dos motoristas. Segundo ele, na condição em que está, a rodovia acaba contribuindo para as colisões com mortes, o que torna urgente a necessidade de conclusão da duplicação.

No entanto, ele aponta que também é necessário mudar a atitude dos motoristas e da comunidade, para evitar casos de imprudência que muitas vezes são os fatores causadores de acidentes. Por fim, o fator punição também é considerado estratégico por Andrade e, segundo ele, vem deixando a desejar.

– A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está na rua, essa fiscalização na ponta está ocorrendo, nunca se apreendeu tanta carteira de habilitação, mas esse ciclo de infração não está se completando. Essa engrenagem não fica completa quando o Estado deixa de punir o motorista infrator. Daí vem a impunidade, que talvez tenha relação direta com o resultado nas estradas – avalia.

Fonte: NSC Santa