Estudo aponta oito saídas para o trânsito em Joinville

Estudo aponta oito saídas para o trânsito em Joinville Diorgenes Pandini/Agencia RBS

Estudo aponta oito saídas para o trânsito em Joinville Diorgenes Pandini/Agencia RBS

Com sensores inteligentes, seria possível criar 'ondas verdes' para desafogar engarrafamentos
Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS
Se a licitação para a concessão do transporte coletivo tomar conta das discussões que serão iniciadas no segundo semestre, a Prefeitura de Joinville tem, na gaveta do Ittran, um modelo que contempla quase todo o restante do sistema – dos semáforos e radares ao estacionamento rotativo e à segurança pública. O projeto custou cerca de R$ 140 mil e foi produzido pela Sentran, uma empresa de São José dos Campos (SP).

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O projeto executivo está nas mãos do diretor de trânsito Eduardo Bartniak e prevê a implantação, em módulos, de uma central de controle de operações (CCO) simililar à que já existe na Autopista Litoral Sul, com câmeras de alta resolução ligadas 24 horas por dia. Mas, além das imagens, o projeto prevê a possibilidade de a Prefeitura de Joinville implantar o conceito de “cidade digital”.

O projeto de Joinville inclui soluções e tecnologias de fiscalização eletrônica de trânsito, estacionamento rotativo, semáforos, redes convergentes de fibra ótica, central de operações e câmeras de segurança.

Segundo o diretor-geral da Sentran, Eduardo Ramalho, o trabalho realizado permitirá aos gestores públicos terem uma orientação especializada para que, em conjunto com seus técnicos, pensem a cidade do futuro. 

Na prática, a CCO permite a interligação de uma série de informações, como semáforos inteligentes, radares modernos, sistema de monitoramento de vigilância, troca de informações com outros órgãos, planos de emergência para o trânsito e para a Defesa Civil e, principalmente, uma comunicação online com os motoristas.

— O modelo é simples. São módulos inteligentes, que a gente pode fazer de acordo com a necessidade e, claro, recursos disponíveis. Agora, depende de a Prefeitura priorizar o que pode e deve ser colocado em prática primeiro — disse Bartniak.

O projeto alia conceitos de “mobilidade urbana” e “cidade digital”. A prioridade do Ittran é a rede de semáforos e a reativação dos radares. Por enquanto, nenhuma solução será licitada ou posta em prática. Tudo vai depender de como a população vai receber as informações e, claro, de novas propostas que forem surgindo nas audiências públicas do plano de mobilidade urbana, que deve ser montado até o começo do ano que vem. Também não há estimativa de custo para implantação do projeto. Vai depender do que a Prefeitura vai querer.

A Sentran

A empresa que fez o projeto executivo é a Sentran – Serviços Especializados de Trânsito, de São José dos Campos, no interior de São Paulo. A empresa que ganhou o processo seletivo do Ittran é especializada em tecnologias voltadas para trânsito e cidades inteligentes.

Uma equipe de técnicos, engenheiros e projetistas visitou Joinville para analisar a situação atual dos sistemas existentes e elaborar o projeto.

Em entrevista por e-mail, o diretor Eduardo Ramalho preferiu não comentar os problemas do trânsito e da mobilidade de Joinville. Disse apenas que cabe à Prefeitura tomar decisões com base no estudo técnico produzido pela empresa.

:: PDF: Clique aqui e confira como a Central de Controle de Operações (CCO) funciona :

 

“A segurança será aumentada a partir de câmeras instaladas” EDUARDO RAMALHO, diretor-geral da Sentran

AN – Em linhas gerais, o que aponta o estudo da Sentran sobre Joinville?
Eduardo Ramalho – A cidade possui excelentes técnicos, boa infraestrutura semafórica, uma rede de fibra abrangente etc. O que precisa agora é interligar e conectar estes vários subsistemas.

AN – Que conceitos devem ser privilegiados no trânsito de Joinville? Segurança? Rapidez de deslocamento? Conforto?
Ramalho – O conceito de cidade digital/mobilidade urbana tenta evitar deslocamentos desnecessários, levando serviços públicos a cada bairro. Imagine que um colégio possa se transformar num ponto de atendimento por meio de um totem de autoatendimento ou de uma sala dotada de computadores para impressão de uma segunda via, de um agendamento de um protocolo qualquer. 

A segurança será aumentada a partir de câmeras instaladas por todo o município, bem como a possibilidade de instalação em prédios públicos, instalação de alarmes, câmeras com identificação de placas, tudo convergindo para uma central (CCO). 

A rapidez e conforto podem ser explicados facilmente, por exemplo, com a interligação da rede semafórica buscando criar “ondas verdes” ou aplicar uma programação diferenciada a partir da observação de um engarrafamento em tempo real, com a utilização de sensores de tráfego inteligente que sugerem a mudança de temporização de forma automática. O mesmo conceito de sensor de tráfego foi aplicado ao controle de travessia sobre a linha férrea, garantindo maior segurança.

AN – Quais os principais modelos/exemplos de mobilidade que podem ser aplicados em Joinville? Há alguma cidade que se assemelhe com Joinville?
Ramalho – As cidades possuem características muito específicas. O que se deve usar são conceitos adaptados respeitando a cultura, a geometria das ruas e avenidas, a topografia, entre outros. 

E também usar conceitos de estacionamento rotativo virtualizado, sem a utilização de parquímetros físicos, com controle online, sistemas de fiscalização eletrônica não intrusivos, que não possuem sensores no piso, diminuindo problemas na pista e minimizando manutenções, e a utilização de uma rede de fibra óptica como infraestrutura de comunicação podem ser destacados.

AN – Há soluções que podem ser aplicadas de imediato e com baixo custo? Quais as medidas que devem ser adotadas em médio/longo prazo?
Ramalho – Esta decisão depende de disponibilidade de caixa para investimentos da Prefeitura.

AN – Que passos devem ser colocados em prática imediatamente por Joinville?
Ramalho – Nosso projeto estabelece parâmetros e diretrizes para futuras contratações. Cabe à Prefeitura definir.

Fonte: A Notícia