Executivo da Mapfre fala sobre inovação e transformação do setor de seguros

Os primeiros contratos de seguros e o mutualismo deram respaldo para a palestra do executivo Josep Celaya, diretor global de Inovação do Grupo Mapfre, durante o CQCS Insurtech & Inovação, que falou sobre a transformação do setor de seguros desde o primeiro contrato, quando se mutualizava os riscos dos navegadores. "Daquela época até então, o setor faz a mesma coisa que hoje, mas a realidade é que hoje em dia, estamos em um momento chamado de mudança, onde se acelera a cada dia".

O setor que funcionou da mesma forma durante seis séculos sofrerá transformação e agora essa mudança será muito mais rápida. "O desafio agora é a bimodalidade, que consiste em gerenciar dois modos de trabalho, que são a maneira como o mercado tem feito até agora e a transformação tecnológica".

Segundo Celaya, os grandes fatores desta transformação são a mutualidade da tecnologia que ainda não estão maduras e começam a produzir mudança da essência do negócio e provoca a forma que os negócios têm sido feitos até agora. "As primeiras tecnologias que impactaram o mercado começam a chegar em uma maturidade maior, como por exemplo, o machine learning, além de outras que chegarão, que trarão impacto ainda maior".

Agora os executivos de seguros não podem mais estar desconectados da tecnologia, comenta Celaya. "Não podemos mais esperar das companhias do futuro que os CEO'S de tecnologias não sejam mais responsáveis pelo negócio. E por isso, agora as companhias de seguros têm grande oportunidade de serem gestores de riscos, acompanhando as pessoas e de forma mais lógica. Hoje a tecnologia nos permite ter dados atuais sobre os riscos reais".

Outro fato sobre a transformação do setor é em relação ao ecossistema e plataformas digitais. "A realidade é que as companhias de seguros não estão conseguindo criar ecossistemas como Amazon, Apple, por exemplo, e por isso o desafio é participar de forma cooperativa nestas já existentes".

Para ele, um dos desafios é a digitalização dos processos. "Nós já começamos a fazer isso com apps, aplicação de CRM. Depois disso, o segundo ponto importante é que o modelo de negócios que tínhamos até hoje está evoluindo. A transformação tecnológica traz mudanças que levam as companhias a se adaptarem".

Para enfrentar essa grande transformação, segundo o executivo, é preciso de duas coisas, como visão estratégica e ferramentas de transformação. "Ninguém hoje em dia tem capacidade de saber o que vai acontecer. O modelo é como uma bússola para entender como a realidade está indo. Ao mesmo tempo que temos corretor de seguros para entregar orçamentos para que tenhamos resultados, também precisamos de uma transformação da companhia para nos adequar à realidade, para isso, temos que selecionar muito bem o que fazer primeiro".

Ele também falou sobre o seguro de automóvel que passa por três mudanças, "que são a evolução tecnológica do carro, os motores elétricos e a conectividade do veículo. O carro autônomo permite que a sinistralidade seja menor e isso mudará em qualquer parte do mundo".

Celaya finaliza dizendo que "cada vez mais precisamos de dirigentes empreendedores do que de gestores. Além disso, temos que estudar se os players que estarão no mercado são os mesmos que temos hoje".

Fonte: Portal Revista Cobertura | Clipping CNseg