FenaPrevi apresenta proposta de plano misto de previdência e saúde no 2º ENA

A Federação Nacional de Previdênca Privada e Vida (FenaPrevi) apresentou na manhã desta quarta-feira, 24, durante o 2º Encontro Nacional de Atuários, proposta para a criação de novo produto que contemple previdência privada e plano de saúde. A apresentação foi realizada pelo diretor-executivo da FenaPrevi, Luiz Peregrino, no painel "Desafios para o Financiamento da Saúde Suplementar e Alternativa".
A ideia é de que seja um produto nos moldes de um plano de previdência privado, do tipo VGBL, mas que o usuário possa usar parte do benefício, com isenção fiscal, para o pagamento do plano de saúde. A escolha de qual percentual seria usado para a saúde seria do próprio usuário.

"A única solução para os desafios aqui mostrados é criar algum mecanismo para incentivar a poupança do indivíduo no período em que sua renda supere os gastos com consumo e saúde", afirmou Peregrino no painel em que também foram mostrados os problemas da sustentabilidade dos planos de saúde com o envelhecimento da população.

Na proposta de Peregrino, a parte da poupança utilizada para o plano de saúde teria isenção fiscal para que seja atrativa. Caso o usuário optasse por destinar os benefícios para outros fins, que não a saúde, ou então sacar a poupança, ele teria de pagar Imposto de Renda sobre os ganhos e rendimentos.

"Por que não utilizarmos o expertise de VGBL e PGBL que temos no financiamento da saúde suplementar?", indagou Peregrino, ressaltando que a proposta não é única e que ainda pode sofrer alterações. Ele, que não quis estimar prazos para que a ideia possa se tornar realidade, acrescentou que esta ideia ainda está sendo discutida com a Susep e com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Após a estruturação do modelo, provavelmente ainda teria de ir para aprovação do Congresso Nacional para viabilizar as isenções fiscais.

Antes da palestra de Peregrino, o diretor-executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), José Cechin, mostrou os desafios do setor com as mudanças demográficas que o país vem passando e o aumento dos gastos com saúde. Para enfrentar essa questão, Cechin também afirmou que o caminho é criar mecanismos que incentivem a poupança das pessoas em idade produtiva. - Estamos atrasados nesses ajustes previdenciários para fazermos frente ao envelhecimeno da população - opinou Cechin.

Pelas projeções apresentadas pelo diretor-executivo da FenaSaúde, para a população de 2040, os gastos médios per capita em saúde, com valores de hoje, sem considerar o aumento dos preços dos serviços médicos, aumentaria dos atuais R$ 2.567 para R$ R$ 3.614. O aumento previsto leva em conta apenas as mudanças na estrutura demográfica, com o envelhecimento da população.

Fonte: Portal Viver Seguro