Idosos no trânsito: todo cuidado é pouco

Somente nos quatro primeiros meses do ano, a Seguradora Líder, responsável pela operação do Seguro DPVAT, pagou 116.085 indenizações. Desse total, 30.944 foram destinadas a faixa etária de 45 a 64 anos ou mais. Para te ajudar a entender melhor a dimensão desse número, basta imaginar que a metade do estádio do Maracanã, o maior estádio do Brasil, é ocupada por uma pessoa dessa faixa etária que sofreu um acidente de trânsito. De assustar, não é? :O Os dados são da edição de Abril do Boletim Estatístico da Seguradora Líder e mostram que, independentemente da nossa idade, todos devemos concentrar nossos esforços para a segurança no trânsito. Nesse post, vamos falar sobre o comportamento dessa faixa etária no trânsito e quais devem ser os cuidados. Confere só! 

Uma coisa é fato: os tempos são outros. Muitos desses adultos, que estão ou estão chegando na terceira idade, já viveram uma época bem mais tranquila no trânsito. Quer um exemplo prático? Só de 2001 a 2012, a frota brasileira mais que dobrou, passando de 24 para 50 milhões de veículos, pessoal. Então, além de ter que se adaptar a uma nova realidade, eles têm que lidar com as condições do processo natural do envelhecimento, como o comprometimento da habilidade motora, cognitiva e sensório-perceptiva, o que exige uma atenção ainda maior.

Condições que aumentam o risco na direção

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não estabelece um limite de idade para conduzir um veículo automotor, mas estudos indicam que algumas doenças, desenvolvidas na terceira idade, podem atrapalhar o motorista na hora de conduzir, tais como o Mal de Parkinson, por afetar o controle corporal, e até mesmo a diabetes, cujas complicações não controladas podem gerar fadiga, letargia e lentidão. Isso sem contar as doenças cardíacas, cujas manifestações são difíceis de prever e podem acontecer no momento da direção. Dessa forma, além de controlar as doenças através de tratamentos medicamentosos, algumas adaptações no veículo, como direção hidráulica e câmbio automático, são instrumentos importantes de compensação para os motoristas mais velhos no sentido de diminuir seus esforços ao conduzir.

E os idosos pedestres?

Se as condições acima podem atrapalhar o condutor idoso, isso não significa que os pedestres correm menos risco. Segundo pesquisa realizada pela Direção Geral de Tráfego (DGT), da Espanha, os idosos se tornam ainda mais vulneráveis quando na condição de pedestres. Alguns dos problemas enfrentados por eles nesta situação são distinguir a cor das luzes e perceber a velocidade efetiva dos veículos na via, isso sem contar no conjunto de obstáculos nas ruas, como a má conservação, por exemplo.

Direitos protegidos

Diante de tantos obstáculos para os idosos no trânsito é sempre importante ter boas notícias e uma delas está na legislação brasileira. O Estatuto do Idoso, por exemplo, estabelece a obrigatoriedade de destinação de 5% das vagas em estacionamento regulamentado de uso público para essa parcela da população. Para isso, é necessário que o idoso se identifique através de uma credencial no veículo. Então, já sabe: é preciso sempre respeitar as vagas preferenciais! 

Exemplo que vem de fora

Você já sabe que a gente gosta muito de bons exemplos por aqui, não é mesmo? No ano passado, o Japão, que passa por um processo de envelhecimento da sua população, desenvolveu um programa para evitar que os motoristas de mais idade se envolvam em acidentes. Nesse programa, os idosos frequentam uma autoescola, cujo objetivo é testar a velocidade de raciocínio e verificar reflexos. Quem for reprovado, vai para uma avaliação médica e pode ter a carteira suspensa. Você acha que isso daria certo aqui no Brasil? 

Fonte: Blog Viver Seguro no Trânsito