Inovação e regulação: casamento ou divórcio

“Estamos repensando toda a forma de comunicação da Susep com os atores do setor, para atuarmos de forma preventiva e evitar que a intervenção ocorra somente após o surgimento do problema”, afirmou o superintendente da Susep, Roberto Westenberg, aos participantes do painel “Inovação e regulação: casamente ou divórcio”, realizado durante o Insurance Service Meeting 2014.

Essa nova forma de comunicação, disse ele, virá com o novo sistema de gerenciamento de informações que está sendo desenvolvido pelo órgão regulador e receberá todas as informações por meio digital, consolidando-as para a melhor comunicação e antevisão dos problemas.

Quem também está atenta às possibilidades trazidas pela tecnologia é a ANS, representada no painel pelo gerente-geral de Informação Setorial, João Matos, para quem a regulação tem o papel de mediar os impactos gerados pelas enormes transformações causadas pela inovação. E nesse novo cenário, o consumidor passa a ter um papel decisório na definição dos processos. Papel que inicialmente estava nas mãos das empresas e, em um segundo momento, dos órgãos reguladores.

E para se adaptar a esses novos tempos, que também contam com o envelhecimento da população brasileira e um grande afluxo da classe C ao sistema, a ANS, além de introduzir novas tecnologias e ferramentas de gestão aos seus processos, ainda trabalha na mudança do modelo assistencial da saúde suplementar, incentivando o foco na promoção da saúde e prevenção de doenças.

Já a Susep, de acordo com Westenberg, entende que a educação financeira é fundamental para o desenvolvimento do mercado segurador, que possui características inerentemente complexas. E, para o esclarecimento dos consumidores, os corretores e agentes têm também um papel importantíssimo, afirmou.

Mas não é só o mercado segurador que é complexo, sendo, também, o processo de inovação, em si, por “influenciar o comportamento humano”, nas palavras do superintendente da Susep. E, em se tratando de máquina pública, isso ainda é mais evidente, pois é preciso haver certo conservadorismo, inerente à atividade.

Ao fim do painel, Westenberg lembrou as três missões do regulador, que são a garantia da estabilidade financeira, da proteção do consumidor e do fomento do mercado, sendo que, em tempos recentes, a Susep vinha se dedicando com mais afinco aos dois primeiros, prometendo, então, uma maior atenção ao terceiro.

Fonte: CNseg