Insurance Europe cobra ousadia de policy makers

As lacunas globais de proteção exigem respostas ousadas dos formuladores de políticas públicas. Os chamados policy makers devem exortar indivíduos a economizar recursos para sua aposentadoria, a ter seguro contra riscos cibernéticos e adotar medidas para mitigar efeitos impactantes das catástrofes naturais. A ação mais firme dos governos foi cobrada pelo novo presidente da Insurance Europe, Andreas Brandstetter, empossado em maio, ao abordar saídas para superar a taxa de penetração do seguro baixa e os riscos emergentes no entorno de economias e de indivíduos.

Brandstetter reconheceu que governos de todo o mundo enfrentam enorme desafio para prover cidadãos aposentados. Isso porque as mudanças na demografia diminuem a proporção entre trabalhadores ativos e inativos, colocando em risco os sistemas de previdência na maioria dos países, à medida que o tempo passa. Pior ainda mais porque há um número significativo de pessoas que, sem planos de previdência privada ou qualquer outra economia para a velhice, dependem dos sistemas públicos. Em todo o mundo, o déficit das previdências públicas alcança impressionantes US$ 70 trilhões, segundo a Insurance Europe. 

Este número, por si só, justifica ousadia dos formuladores de políticas. “Eles precisam ser transparentes sobre o estado das finanças públicas e deixar claro que as pessoas precisam economizar mais para sua aposentadoria. Os formuladores de políticas devem incentivá-los a fazê-lo, fornecendo os incentivos corretos”, afirmou ele.

Brandstetter chamou a atenção também para os riscos de catástrofe natural e a sub-proteção. Por exemplo, em 2017, os desastres naturais geraram perdas econômicas de mais de US$ 300 bilhões, mas apenas cerca de um terço do total ficou a cargo das seguradoras.

Isso significa que governos, empresas e indivíduos assumiram uma conta salgada, na faixa de US$ 200 bilhões, em apenas um ano. Embora as seguradoras tenham um papel de destaque a desempenhar nesse campo, os formuladores de políticas devem adotar medidas adicionais para limitar a abrangência das mudanças climáticas, além de garantir que a sociedade se torne mais resiliente, por meio de adaptações aos efeitos de um clima em mudança.

Em riscos cibernéticos, Brandstetter alertou que a capacidade das seguradoras de oferecer cobertura está sendo prejudicada pela falta de dados sobre os quais basear sua subscrição. Para Brandstetter, se os formuladores de políticas desejarem transferir o risco para longe da sociedade, eles devem disponibilizar informações sobre a natureza dos ataques cibernéticos de forma agregada e anônima. Isso permitiria às seguradoras refinar a proteção que oferecem aos clientes, concluiu.

Fonte: CNseg