Mercado de seguros figura entre principais clientes de TI

O mercado de seguros desponta como um dos principais clientes das empresas de TI, tendo em vista o potencial de crescimento do setor. Nesta quinta-feira,13, durante a estreia do setor no maior evento anual promovido pela Febraban, a 23ª CIAB, Marco Antonio Rossi, presidente da CNseg e Bradesco Seguros, e Vicente Fernandez Tardón, da Mapfre Assistência, deixaram claro que o setor precisa do apoio da tecnologia para dobrar a participação no PIB brasileiro, alcançando um percentual mais próximo de economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Suíça e Reino Unido.

Durante a palestra “Desafios, tendências e o papel da TI para o setor de Seguros”, ficou claro que uma melhor gestão do "Big Data"- termo usado para quantificar grandes volumes de dados gerados pela empresa- pelos segurados e que são somados a informações obtidas do mercado, é vital para o sucesso da meta dos porta-vozes da indústria de seguros. "Temos informações sobre as pessoas, onde trabalham e o que compram. O desafio é transformar esse grande volume de dados em oportunidades para atingir o patamar de vendas no mercado que poderíamos alcançar", disse Marco Antonio Rossi, Como exemplo, ele citou o caso das residências, destacando que apenas 10% do total têm seguro. Em automóveis, apenas 30%. Em seguro dental, apenas 7%.

Outra contribuição que TI pode trazer ao setor é torná-lo menos conservador. “Hoje, tudo é feito com base no papel, preto no branco. No banco, por exemplo, já registramos mais de 3,1 milhões por dia de transações pelo celular”, disse. Também é preciso melhorar, por meio da tecnologia, a agilidade no atendimento e o controle de fraudes, que “têm um peso considerável no volume de indenizações pagas”, disse Rossi.

Tardón informou que a tendência do setor é partir para microsserviços e assim atender clientes com ofertas que realmente sejam úteis na rotina das pessoas, algo que muda com constância, dependendo do ciclo de vida de cada um e também das condições macroeconômicas do País. No Brasil agora, por exemplo, a alta do dólar deve reduzir as viagens para o exterior, elevar as viagens dentro do País e o fluxo de brasileiros para países latinos.

Microsserviço é algo que vai também agradar clientes sofisticados, como o CEO do Valor, Alexandre Caldini, moderador do debate e que se disse incomodado de ter tantos serviços “pendurados” na apólice. “Incomoda-me o excesso de oferta de seguros quando vou a uma loja, por exemplo”, disse o moderador do debate.

Tardón contou que a Mapfre desenvolveu um conjunto de softwares que integram em uma única base os dados de todos os segurados que possui no mundo. Com a conexão desses dados, os segurados podem solicitar serviços pela internet, sem a necessidade de recorrer a uma central de atendimento, uma vez que a companhia lançou um site para cada segurado conhecer as coberturas que têm e saber como usá-las.

Rossi ponderou que o setor reforçou a oferta de serviços como forma de divulgar mais o lado positivo de seguros. “Foi uma forma de falar de uma outra forma de situações tristes das quais sempre estamos ao lado do segurado, que nos aciona em razão de um acidente, de uma morte, de uma doença”. Segundo ele, os serviços ajudaram as companhias a elevarem as vendas. “Na Bradesco, a cada cinco anos a empresa dobrou de tamanho. Precisamos trabalhar a ansiedade de conquistar mais clientes, pois para tudo há um tempo de consolidação. Realmente o apoio da TI é vital para nos ajudar a capturar as oportunidades que temos dentro da nossa rede de distribuição e assim aumentar a penetração na base de clientes do banco, bem como todo o mercado chegar a clientes não bancarizados, com a oferta do microsseguros, produto que depende muito da tecnologia para ter um custo baixo de distribuição”. Diante do exposto, Caldini disse que o setor tem um grande futuro pela frente para vencer seus desafios e aumentar e aprimorar a oferta de seguros no Brasil.

Fonte: CNseg