O mundo do resseguro estruturado

"As novas modalidades de Resseguro Estruturado, além de trazerem inovação e maior capacidade, deverão permitir às seguradoras e resseguradoras brasileiras acesso ao know-how do mercado aberto e a muitas oportunidades de negócios", avalia André Gregori, CEO para as operações de seguros e de resseguros do grupo BTG Pactual e um entusiasta desse mercado. Gregori moderou os três painéis financeiros durante o 4º Encontro de Resseguros, encerrado ontem, no Rio de Janeiro, com a apresentação de Alexander Gollin, underwriter da Hannover RE Advanced Solutions, que discorreu sobre "O Mundo do Resseguro Estruturado – Um caso de Distribuição de Perda".

Gollin apresentou um exemplo de resseguro estruturado em que é possível diluir prêmios e perdas ao longo de até três anos, em condições que atendem aos interesses, tanto dos atuários, que sempre demandam o menor risco possível, quanto dos CFOs, que preferem focar em resultados anuais. Entre os países que já adotaram a solução, estão a Irlanda e a Colômbia, mas Gollin observou que esse tipo de modelagem leva tempo para ser implementada. “Ainda não temos clientes no Brasil, pois esse é um mercado muito novo, e demanda tempo para ser desenvolvido”, resumiu Gollin.

Gregori, do BTG, destacou que hoje os reguladores brasileiros ainda não permitem que seguradoras e resseguradoras transfiram riscos para o mercado de capitais. Mas esse é um quadro que poderá mudar a partir do maior entendimento por parte da Superintendência de Seguros Privados, com a qual ele tem mantido contato.

“Hoje existem segmentos que não encontram capacidade no mercado securitário brasileiro. Infraestrutura, por exemplo, é um desafio para o país, passa por um momento difícil, e o investidor privado não tem segurança para investir. Esse tipo de resseguro estruturado poderá trazer capacidade para projetos de grande porte para atender à necessidade de investimento de R$ 1 trilhão, que é o gap da nossa infraestrutura”, diz Gregori.

Ele observou que, embora o mercado de resseguro estruturado já exista há mais de 20 anos, somente nos quatro últimos anos ganhou impulso e já atingiu em 2014 US$ 63,8 bilhões. Ele informou que o BTG lançou uma operação de securitização de resseguro há três anos em Londres com o Sindicato do Lloyds.

Fonte: CNseg