Política de subscrição de riscos na pauta do "I Encontro Nacional de Médicos de Seguros"

Algumas informações preciosas para a precificação de riscos das seguradoras de vida, entidades de previdência e operadoras de saúde emanaram do workshop que reúne durante o dia todo de hoje, no Rio de Janeiro, quase 200 executivos, advogados e médicos do mercado segurador nacional. Entre outros dados discutidos no "I Encontro Nacional de Médicos de Seguros", evento organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro, esteve a diferença de quase uma década no aparecimento das cardiopatias graves entre os pacientes sem planos de saúde e os segurados das operadoras, o que tem relação direta com a renda entre os mais pobres e os mais ricos e acesso ou não aos medicamentos; e os efeitos da poluição ambiental sobre a saúde- que favorece o aumento de peso e crises de hipertensão, assinalou o diretor médico do Hospital Pró-Cardíaco, Evandro Tinoco Mesquita, autor da primeira palestra do encontro "Insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal". "A renda familiar é um diferencial importante, porque significa ter um padrão de saúde semelhante aos de países africanos, como é o caso da população que vive em área de riscos e, portanto, pobre, ou níveis europeus, como o válido para a classe alta brasileira. E a renda a mais ou a menos também pode significar aposentadorias precoces por invalidez por doença, algo que impacta no bolso das vítimas e gera pesados custos à economia do país", destacou o especialista. Ele lembrou que as doenças cardiopatas, ainda que possam ser eliminadas no prazo de 100 anos em consequência dos investimentos em ciência e tecnologia em todo o planeta, vão apresentar forte avanço no Brasil nas próximas décadas. Entre os países do Bric, o acrônimo criado pelo economista Jim ONeill, para designar os quatro principais países emergentes do mundo (Brasil, Rússia, Índia e China), o nosso deverá liderar os casos de cardiopatias. As doenças cardiovasculares, que representavam 10% dos óbitos no início do século XX, agora correspondem a 35,65% das mortes no País. Na sessão de debates, médicos de seguradoras apresentaram indicadores cardiovasculares de invalidez por doenças e os critérios usados na regulação de sinistros. Outro tema discutido foi a respeito da "nova tabela de indenizações acidentárias", a partir do case do DPVAT. A tabela de indenizações por danos caiu de 15 faixas percentuais para apenas cinco, simplificando os cálculos, que antes tomavam como base critérios complexos usados na carteira de Acidentes Pessoais, e a linguagem do seguro DPVAT, explicou o presidente da Seguradora Líder, Ricardo Xavier. O principal mérito da nova tabela, incluída na Lei 11.945, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi qualificar e quantificar as lesões sofridas pelas vítimas de acidentes de trânsito e, no plano do Judiciário, reduzir o excesso de demandas, crescentes antes vigência desta regulamentação e agora com um viés de inclinação. A simplificação imposta pela tabela do DPVAT chama a atenção das seguradoras de vida, afirma o presidente do Clube de Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ), Lúcio Antõnio Marques. Na sua opinião, as companhias deveriam a partir de estudos, como um realizado em 1999 pela mesma Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro, reduzir as faixas percentuais das tabelas de danos decorrentes de Acidentes Pessoais. O encontro discutiu ainda temas como preferência na contratação de riscos sub-standard, atuação médica em juízo nas ações de cobrança no seguro; estatísticas médicas no seguro de Vida, e margens de risco mitigado nos seguros de longo prazo. O "I Encontro  Nacional de Médicos do Seguro" foi promovido pela CNSeg, FenaPrevi, Escola Nacional de Seguros, Seguradora Líder e Cebeme. Fonte: Fenaseg