Portal Viver Seguro entrevisa: Alberto Muller, vice-presidente do Sindseg-RS

As seguradoras gaúchas devem avançar em linha com o mercado nacional e apresentar uma taxa de crescimento na casa de dois dígitos este ano. Os seguros massificados, tendo em vista a mobilidade social e, em consequência, mais consumidores disponíveis para as seguradoras, e as apólices de infraestrutura devem puxar a expansão do setor. Mas o quadro não é só de alegrias: a frequência e a severidade das catástrofes naturais acendem a luz amarela, dado o potencial de perdas que podem bater à porta das seguradoras, adverte o vice-presidente do Sindicato das Seguradoras no RS (Sindseg-RS), Alberto Muller (Marítima Seguros) na entrevista abaixo concedida ao ViverSeguro. 

O ano começa com mais uma catástrofe natural severa em andamento no Estado, desta vez a enchente de São Lourenço do Sul. As seguradoras esperam um forte avanço da sinistralidade a curto prazo?
As fortes mudanças climáticas têm sido motivo de grande preocupação por parte das seguradoras, em virtude da frequência e da severidade com que ocorrem. Enchentes como a de São Lourenço trazem grandes prejuízos à população. No entanto, são raras as seguradoras que aceitam este tipo de cobertura. A catástrofe natural que o mercado tem maior preocupação são os vendavais, cada vez mais frequentes na região Sul do País.

E quais os ramos que eventualmente podem ser mais afetados?
Tanto os seguros de property quanto os seguros de auto serão afetados.

Nos últimos anos, a propósito, o mercado gaúcho tem enfrentado severos problemas causados pelo clima. Em resposta a um possível histórico de perdas, há ramos em que as seguradora atuam de forma restrita ou até excluem coberturas para determinados riscos?
Sim, enchentes e alagamentos são riscos que as seguradoras de forma geral não aceitam.

No plano nacional, o mercado segurador projeta uma nova expansão este ano. Qual a previsão do setor no RS e quais os ramos que devem puxar o crescimento?
Acreditamos que o crescimento do setor deve ficar em torno de 12% a 15%, o mesmo do RS, e o que irá puxá-lo será a mobilidade social, ou seja, os novos consumidores que antes não consumiam seguros e agora o farão, por intermédio dos seguros massificados. Outro situação que irá puxar o crescimento do setor serão os seguros voltados às obras de infraestrutura nas cidades que irão receber a Copa do Mundo e Olímpiadas, com os seguros de Riscos de Engenharia, Garantia de Obrigações Contratuais, Responsabilidade Civil e outros.

A economia brasileira vai crescer menos. Quais os impactos disso para o RS em termos de mercado de seguros?
Acreditamos que a economia brasileira continuará crescendo e isto trará boas e novas oportunidades para o mercado de seguros em 2011. Precisamos estar cada vez mais preparados para esta nova demanda com estrutura e pessoas com conhecimento compatível.

Fonte: Portal Viver Seguro