Porto Seguro divulga lucro de R$ 1,1 bi em 2017, alta de 20% considerando efeitos extraordinários

O lucro líquido atingiu R$ 1,1 bilhão em 2017, crescimento de 20%, correspondendo a um ROAE de 16,9% (+1,4 p.p.). Desconsiderando a venda das ações do IRB, o lucro líquido recorrente anual atingiria R$ 982 milhões (+6% vs. 2016) e o ROAE 15,1% (-0,4 p.p. vs. 2016).

No quarto trimestre de 2017, o lucro apurado foi de R$ 270 milhões, correspondendo a uma redução de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o ROAE alcançou 15,7%. Desconsiderando os efeitos da mudança do cronograma de pagamentos do JCP1, o lucro líquido recorrente do 4T17 teria crescido 9% (vs. 4T16).

Nota do balanço cita que apesar do final da recessão econômica no segundo semestre de 2017, o Brasil sofreu com os efeitos da crise. A demanda enfraquecida, o aumento da criminalidade em alguns estados, a forte queda na taxa de juros e o ambiente competitivo acirrado no seguro auto foram fatores desafiadores para a indústria de seguros. Entretanto, conseguimos expandir as nossas receitas em todas as principais linhas de negócio.

Segundo o comunicado, o lucro evoluiu, suportado pela estratégia de expansão geográfica, pela diversificação de produtos e pela nossa disciplina na recomposição de preços, contribuindo para aumentar em três vezes o resultado operacional em relação a 2016. Além disso, obtivemos um maior desempenho relativo das aplicações financeiras, resultado importante em um ano com forte redução nas taxas de juros.

Na operação de seguros, os prêmios auferidos evoluíram 8% no trimestre e 3% no acumulado do ano. No seguro de automóvel, o crescimento de prêmios foi de 5% no 4T17, favorecido pelos reajustes de preços. A frota segurada reduziu 3%, atingindo 5,3 milhões de veículos (vs. 4T16), impactada pela maior competitividade e pela menor demanda.

Segundo o grupo, o mercado já mostra sinais de recuperação, com aumento de 9% na venda de veículos novos em 2017 (fonte: Anfavea). Nos outros segmentos, os prêmios dos produtos Patrimoniais, Saúde, Vida, Odontológico e Transporte cresceram mais de 10% no trimestre.

O índice combinado de seguros melhorou 4,8 p.p. no trimestre e 2,2 p.p. no ano, atingindo 94,6% e 96,9% respectivamente (vs. 2016). No trimestre, a sinistralidade total alcançou 51,2% (-5,0 p.p vs. 4T16), a melhor marca trimestral dos últimos 10 anos, influenciada pelos reajustes de preços realizados no seguro Auto e pelo aperfeiçoamento do modelo de subscrição de riscos e menor incidência de eventos climáticos nos produtos Patrimoniais. O índice de despesas administrativas de seguros evoluiu 0,7 p.p. no 4T17 e 0,3 p.p. no ano, afetado principalmente pela desaceleração dos prêmios ganhos.

Entretanto, a soma dos índices de despesas administrativas e operacionais permaneceu praticamente estável (-0,1 p.p. vs. 2016).

As receitas das empresas Financeiras e de Serviços subiram 13% no quarto trimestre, intensificadas pela expansão dos negócios de Cartão de Crédito e Financiamento. O indicador de inadimplência das operações de crédito (> 90 dias) encerrou o trimestre em 4,5%, melhor índice dos últimos 5 anos e 1,7 p.p. menor do que a média de mercado.

O resultado financeiro apresentou uma redução de 43% no trimestre (vs 4T16), em consequência da queda do CDI médio em 46%. Contudo, as aplicações financeiras superaram o benchmarking, devido ao desempenho das posições em títulos com juros prefixados e indexados a inflação. A rentabilidade trimestral da carteira (ex. previdência) foi de 1,9% (107% do CDI) e de 10,8% (109% do CDI) no acumulado do ano.

Nesse ano, o grupo desenvolveu diversos projetos para a otimização de processos, modernizando a estrutura de atendimento e aumentar o foco nos canais digitais, com o objetivo de melhorar a experiência do cliente e apoiar os corretores. “Acreditamos que estamos bem posicionados para desenvolver e capturar valor nos setores que atuamos, com diferenciação e sinergia entre produtos”, finaliza o grupo aos acionistas e clientes.

Fonte: Sonho Seguro