Proporção de famílias endividadas avança um pouco mais

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), constata que ainda evolui o percentual de famílias endividadas. Em setembro, a taxa alcançou 58,4%, alta de 0,4 ponto percentual na comparação com agosto. Houve também alta em relação a setembro de 2016, de 58,2% do total de famílias.

Seguindo o mesmo padrão das famílias, a proporção daquelas com dívidas ou contas em atraso também cresceu em setembro de 2017. Na comparação mensal, subiu de 24,6% para 25% das famílias, o maior patamar desde maio de 2010. Na comparação com setembro de 2016, também houve alta de 0,4 ponto percentual. A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, apresentou alta em ambas as bases de comparação. Em setembro de 2017 atingiu 10,3% das famílias, o maior patamar da série histórica (iniciada em janeiro de 2010), ante 10,1% em agosto de 2017 e 9,6% em setembro de 2016.

“Mesmo com o nível de endividamento ainda moderado, abaixo da média histórica, os indicadores de inadimplência da pesquisa permanecem elevados. A taxa de desemprego bastante alta ajuda a explicar a maior dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o maior pessimismo em relação à capacidade de pagamento”, descreve Marianne Hanson, economista da CNC.

Nível de endividamento

Embora a proporção de famílias que se declararam muito endividadas tenha registrado alta na comparação entre os meses de agosto e setembro – de 14,2% para 14,4% –, na comparação anual o índice manteve-se estável. A proporção de famílias que se consideraram pouco endividadas entre agosto e setembro também aumentou 0,5 ponto percentual. Na comparação anual, no entanto, teve decréscimo, saindo de 22,9% em setembro de 2016 para 22,5% no mesmo mês deste ano.

Prazo de endividamento

O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,3 dias em setembro de 2017, superior aos 63,2 dias de setembro de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,3 meses, sendo que 34,1% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 22,4% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

Para 76,4% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido dos carnês (16,2%) e crédito pessoal (10,3%).

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.

Fonte: CNseg