Quem são e o que fazem as mulheres do setor de seguros?

Com base no estudo Mulheres no Mercado de Seguros, realizado pela ENS – Escola de Negócios e Seguros, e para dar nome e sobrenome às profissionais que trabalham para o crescimento do setor, a Revista Apólice preparou três matérias sobre executivas do mercado de seguros. A presidente da AMMS – Associação das Mulheres do Mercado de Seguros, Margo Black; a vice-presidente da Prudential, Patrícia Freitas; e a diretora de Relações de Consumo e Comunicação da CNseg, Solange Beatriz; serão as entrevistadas e irão falar de temas como a presença das mulheres no mercado de seguros, economia e os desafios do setor para o ano de 2020.

3º estudo Mulheres no Mercado de Seguros

De acordo com o estudo, as mulheres correspondem, atualmente, a 55% da mão de obra no setor segurador. A pesquisa mostra dados do ano de 2018 e foi coordenada pela diretora de ensino técnico da entidade, Maria Helena Monteiro, em parceria com o economista Fernando Galiza.

A pesquisa faz uma análise dessas profissionais, correlacionando não só o mercado de seguros, mas a sociedade no geral e a evolução da presença feminina nos postos de trabalho. “O foco da pesquisa é a mulher, pois desde de 2001 elas são maioria no setor e gostaríamos de entender como está evoluindo a figura das mulheres executivas”, disse Maria Helena.

Além do aumento de mulheres em cargos de gerência, elas enfrentam um desafio ao chegar no mesmo cargo de um homem: o salário. Dados coletados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho, apontam que houve um crescimento na remuneração média feminina. Em 2015, o rendimento correspondia a 83,43%; em 2016, 84,4%; e em 2017, 85,1%.

A pesquisadora alega que existem obstáculos para conquistar a igualdade no mercado de trabalho e na sociedade como um todo. A jornada dupla e o cuidado com os filhos sempre foram vinculados ao universo feminino. De acordo com o IBGE, as mulheres ocupam 53,3 horas, semanalmente, com o trabalho, incluindo afazeres domésticos, enquanto os homens tomam 50,2 horas por semana.


(Foto: Divulgação) Maria Helena Monteiro

“As mulheres sempre estarão sobrecarregadas, o que explica os motivos delas terem menos chance de fazer carreira. O trabalho doméstico consiste em cada um assumir a responsabilidade de 50% dos cuidados da casa”, relata Maria.

No mercado de seguros, a atuação de organizações como a Associação das Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS), Instituto de Diversidade e Inclusão do Mercado de Seguros (IDIS) e até coletivos dentro das próprias seguradoras, fazem o trabalho de difusão do conceito de igualdade. “Vivemos em um ambiente muito masculino, logo, a posição de uma executiva mulher é muito solitária. Os eventos das organizações são importantes para colocar as profissionais em contato umas com as outras. Como o setor é muito masculino, os colóquios servem até para que elas reforcem o networking”, explica a pesquisadora.

De Maria Firmina dos Reis a Margaret Thatcher, a luta das mulheres ganha diferentes roupagens com o mesmo fim, o reconhecimento cívico e a igualdade de gênero. O incêndio na fábrica têxtil de Nova York, no dia 8 de março, e a briga das sufragistas universais pelo direito ao voto são exemplos da trajetória feminina até os tempos de hoje. “As mulheres são 51% da população do mundo. Portanto, não podemos ignorar a maioria da população mundial, devemos perseguir a equidade”, finaliza Maria.

Fonte: Revista Apólice