Seguradora Sancor espera aumento de 20% na receita na safra 2019/2020

A seguradora Sancor espera uma expansão de 20% em 2019, com o faturamento podendo chegar a R$ 230 milhões. No ano-safra 2019/2020 (julho de 2019 a junho de 2020), a expectativa é crescer na mesma proporção, comparando com a temporada atual. A área coberta pelas apólices da companhia pode chegar a 1,5 milhão de hectares e a receita a R$ 250 milhões.

“Se olharmos anos anteriores, tivemos até crescimentos maiores. A base é a expansão do nosso portfólio e a amplitude de culturas que estamos englobando”, explica o gerente comercial nacional de seguros de agronegócios da Sancor, Everton Todescatto.

No segundo semestre de 2018, a empresa colocou no mercado uma apólice para a cafeicultura. No segundo semestre deste ano, a novidade será um seguro de garantia de renda para o produtor de soja, ampliando as opções de cobertura para a principal cultura agrícola brasileira, atendida apenas pelos contratos mais comuns, de risco climático.

Todescatto explica que a análise de risco para essa cobertura será baseada na produtividade e em cotações de referência nacionais e internacionais para a commodity. O cálculo do risco é feito com base em históricos de rendimento da lavoura na região onde o seguro está sendo contrato e de preços praticados pelo mercado.

A multiplicação da produtividade pelo preço define o valor da renda. Na data que o produtor acionar o seguro, a renda que ele obteve será comparada com a média das cotações de soja dos 15 dias anteriores. Se essa média foi maior do que a renda assegurada pelo agricultor, ele é indenizado na diferença entre um valor e outro.

“O produtor não tinha opção. Ele pode produzir bem, mas o preço estar mal e ele pode ter prejuízo na comercialização. Agora, aconteça o que acontecer, ele terá pelo menos uma renda coberta”, garante o Todescatto.

Iniciar a comercialização do seguro de renda pela soja não é por acaso. Além de ser a maior cultura agrícola do país, ela representa 60% do faturamento da empresa. Outros 25% vêm do milho. O restante vem da fruticultura, especialmente uva e maçã, e da cafeicultura.

Everton Todescatto afirma, no entanto, que já está nos planos disponibilizar o novo produto também para a cultura do milho. O executivo pontua que o mercado para uma apólice nesse formato está limitado às commodities, em que há referências suficientes para analisar o risco e a cobertura a ser feita.

“Qualquer cultura tem oscilações de preços, mas para esse tipo de proteção tem que ser commodity. Acredito que isso vai evoluir. Os produtos vão evoluindo e, no curto e médio prazo, podemos ter uma ampliação de culturas”, afirma o executivo.

Subvenção

Questionado sobre a subvenção federal ao prêmio do seguro rural, que reduz o custo para o produtor, Everton Todescatto destacou que existe uma expectativa de aumento nos recursos do programa. Atualmente, o governo custeia 35% do valor a ser pago pela apólice. Há também programas complementares de subvenção em estados como São Paulo e Paraná.

“Existe expectativa de liberação de mais subsídios e o governo parece sinalizar uma transferência desse subsídio do crédito para o seguro, o que é mais inteligente, do meu ponto de vista”, avalia o executivo.

No final de fevereiro, em audiência no Senado Federal, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que a intenção é aumentar para R$ 1 bilhão o volume de recursos para subvenção do seguro na safra 2019/2020. Para a atual, cujo calendário termina em junho, foram R$ 440 milhões.

Números da execução do programa de subvenção ao seguro, divulgados nesta semana pelo Ministério, registram o repasse de R$ 370,9 milhões do governo para as seguradoras em 2018 (janeiro a dezembro). O valor permitiu assegurar 4,7 milhões de hectares de lavouras, beneficiando 42 mil produtores rurais.

Na quinta-feira (28/3), representantes do Ministério participaram de reunião com seguradoras e representantes de segmentos como leite, pescados e arroz. Segundo nota oficial, a ideia foi aproximar produtores e empresas e discutir formas do mercado criar e aperfeiçoar seguros voltados para essas culturas.

Fonte: Revista Cobertura I Globo Rural I Por Raphael Salomão