Seguradoras apresentam fundamentos do seguro a representantes de Procons

Os Colóquios de Proteção do Consumidor de Seguros são uma iniciativa da CNseg de aproximação dos órgãos de defesa dos consumidores e dos Procons, em particular. Com o primeiro tendo sido realizado em Cuiabá, em 13 e 14 de agosto de 2015, e o segundo, em Curitiba, em 10 e 11 de março de 2016, o terceiro ocorreu em 18 e 19 deste mês, na cidade de Manaus, reunindo 70 representantes de Procons das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul; 17 representantes de seguradoras e 15 da CNseg e Federações associadas.

No primeiro dia do evento, ouvidores e outros executivos de seguradoras participaram de painéis voltados a explicar e debater os fundamentos de modalidades de seguro escolhidos pelos pelo pessoal dos Procons.

Seguro de Automóveis


Ao microfone, a gerente de Desenvolvimento de Produtos na Mapfre Brasil, Andrea Nakano, observada pela gerente Jurídica Consultiva da SulAmérica, Sylvia Rocha da Silva Varoto (de verde) e pela ouvidora do Grupo BB Mapfre, Claudia Pires Rodrigues Wharton

No painel de Seguro de Automóveis participaram a ouvidora do Grupo BB Mapfre, Claudia Pires Rodrigues Wharton; a gerente Jurídica Consultiva da SulAmérica, Sylvia Rocha da Silva Varoto, e a gerente de Desenvolvimento de Produtos na Mapfre Brasil, Andrea Nakano, quando foram abordadas questões como o conceito do mutualismo, a necessidade de boa fé, principais coberturas e processo de regulação de sinistro.

Durante o debate, foi levantado um caso prático, de uma moça que tinha acabado de tirar a carteira de motorista e pego o carro dos pais, envolvendo-se em um acidente em que não foi a culpada. Como a família não havia informado à seguradora que o veículo passaria a contar com um motorista eventual na faixa dos 18 aos 25 anos, o seguro não foi pago. Embora a família tenha considerado injusto o não pagamento, foi explicado que os contratos contam com cláusulas claras a respeito da necessidade de informação à seguradora sobre nova motorista nessa faixa etária, para que possa ser feito um acréscimo no valor do prêmio por agravamento de risco, já que os motoristas dessa idade, estatisticamente, costumam se envolver em um maior número de acidente, mesmo que existam casos de excelentes motorista de 18 anos.

Previdência Privada Aberta


A ouvidora do Grupo Caixa Seguros, Kédina Rodrigues, ao microfone

Segundo dados da FenaPrevi, o Brasil já conta com mais de 12 milhões de contratos de Previdência Privada, o que demonstra a evolução da consciência da importância do produto , afirmou a ouvidora da Bradesco Seguros, Gisele Garuzi, que participou do painel sobre o tema junto com a gerente de Suporte Jurídico da Bradesco Vida e Previdência, Ana Flávia Ribeiro Ferraz, e a ouvidora do Grupo Caixa Seguros, Kédina Rodrigues.

De acordo com números do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (Sindec), 54% das reclamações sobre Previdência Privada estão relacionadas ao momento do resgate (valores, demora e carência, entre outras) e, segundo Kédina, boa parte dessas reclamações ocorrem por problemas no entendimento das regras. “A Previdência Privada é um dos produtos mais complexos do Mercado Segurador, sendo que um dos maiores desafios é fazer com que o consumidor entenda bem suas características”, afirmou ela. Já para a presidente da Associação Brasileira de Procons, Claudia Francisco Silvano, participante na plateia, o maior desafio não é informar o consumidor, mas o vendedor do produto.

Garantia Estendida


A diretora Jurídica da Assurant Seguradora, Ana Paula Santos

O Seguro Garantia Estendida, que prolonga o prazo de garantia de produtos eletro eletrônicos sofreu, em 2013, grande transformação em suas regras, com o advento da Resolução CNSP 296, levando à ampliação do mercado, que chegou a registrar 1,3 milhão de sinistros em 2015, afirmou a diretora Jurídica da Assurant Seguradora, Ana Paula Santos.

Como o seguro Garantia Estendida é comercializado, principalmente em redes varejistas, cuja rotatividade de pessoal é de 95% a cada três anos, um dos maiores desafios do segmento é o de capacitação de pessoal. Para isso, foi lembrado que a CNseg já produziu um manual de boas práticas em seguros, com orientações gerais para a rede varejista e Cartilha com orientações para o consumidor sobre Garantia Estendida. Ana Paula também afirmou que as seguradoras realizam de dois a três treinamentos anuais com cada rede varejista.

Seguro de Celular


O superintendente de Affinity da Sure Brasil Seguros, Marco Garutti

Atualmente, há 252 milhões de celulares ativos no Brasil, sendo 96% destes, smartphones, cujo valor médio gira em torno de mil reais, afirmou o superintendente de Affinity da Sure Brasil Seguros, Marco Garutti. E em um mercado como o brasileiro, onde um em cada quatro consumidores já teve um celular roubado ou furtado, essa modalidade de seguro cresceu, só na cidade de Manaus, 20% nos primeiros nove meses deste ano, mesmo com a venda de celulares tendo encolhido 30% com a crise. Essa é a razão, afirmou Garutti, de o Brasil já contar com 4 milhões de celulares segurados, apesar de a modalidade ser relativamente nova.

Com cerca de 10% das coberturas negadas, esse percentual é inflado, principalmente, pelo desconhecimento, por parte dos consumidores, que o contrato não cobre furtos simples, que são aqueles casos que não deixam vestígios, não é usada violência e o consumidor não identifica o momento exato da ação. Apesar de essa exclusão vir expressa claramente nos contratos, a Federação de Seguros Gerais, lembrou Garutti, já produziu uma cartilha com orientações para o consumidor sobre celulares e equipamentos eletrônicos e portáteis.

Fonte: CNseg