Selic sobe de novo para reduzir consumo e controlar inflação

Como esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) promoveu o sétimo aumento seguido da taxa Selic, elevando-a em meio ponto percentual. O ciclo de alta ocorre desde abril do ano passado, período em que a taxa permaneceu em 7,25% (de outubro de 2012 a abril de 2013), no nível mais baixo desde que o Copom foi criado, em junho de 1996. Com a correção desta semana, a Selic atinge 10,50% ao ano.

A nova Selic demonstra as dificuldades em conter as pressões inflacionárias. A ideia de encarecer o custo do dinheiro busca conter a demanda no mercado doméstico e impedir o avanço da inflação, que foi de 5,91% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013, superior à variação do ano imediatamente anterior.

A taxa básica de juros do Brasil, a mais alta do mundo, ficou ainda maior, com impacto imediato na dívida pública. Pelas contas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cada ponto percentual de subida na Selic equivale a acréscimo aproximado de R$ 6 bilhões por ano na dívida.

A expectativa de analistas é de que haja novo aumento da Selic ainda este ano, algo que reduz não só o consumo, mas também os investimentos privados, “necessários para a recomposição do parque industrial e geração de mais empregos”, afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Fonte: CNseg