Setor de seguros fica mais concentrado

Os bancos estão tomando conta do setor de seguros. Apenas dois grupos, o Bradesco e o banco resultante da fusão do Itaú com o Unibanco, detêm 40% do mercado, que vai movimentar históricos R$ 100 bilhões este ano. Com o aumento da concentração, as cinco maiores seguradoras já respondem por 62% dos prêmios, incluindo o seguro saúde. Os 38% restantes estão distribuídos entre as mais de 40 empresas do setor. Apesar de aumentar a concentração em um mercado que já era concentrado, os especialistas acham que a fusão do Itaú com o Unibanco vai trazer mais benefícios do que prejuízos para o setor de seguros, que vem atraindo novos competidores internacionais após a abertura do mercado de resseguros, em abril. "Nasce um grupo capaz de competir mundialmente", diz João Elísio Ferraz de Campos, presidente da Fenaseg (a federação das seguradoras). O Grupo Bradesco de Seguros e Previdência permanece na liderança do setor. Excluindo o seguro saúde, área forte no Bradesco, a distância entre os dois concorrentes se reduz. Com isso, a conquista de uma grande apólice pode fazer o Itaú e Unibanco terminarem o ano em primeiro lugar, considerando apenas o ranking da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Levantamento da consultoria Siscorp Sistemas Corporativos, mostra o Bradesco com 21% do mercado e as duas instituições que se juntaram com 20%. Das cinco maiores do mercado, apenas a Porto Seguro é totalmente independente. A SulAmérica tem associação com o grupo financeiro holandês ING e participação nas seguradoras do Banco do Brasil, o quinto colocado no ranking. Os especialistas acreditam que as outras seguradoras independentes, de menor porte e que atuam em vários ramos, vão passar por um processo de consolidação, como ocorreu com a Minas Brasil e a Indiana, vendida para o grupo americano Liberty. (Clipp-Seg Online/Valor Econômico)